"Sem prejuízo da separação de poder e da independência dos juízes, vale lembrar que alguns mentores do terrorismo que hoje assistimos na província de Cabo Delgado já estiveram sob nossa alçada, mas lacunas que existem permitiram a sua liberdade", declarou Filipe Nyusi.

Filipe Nyusi falava durante um encontro com titulares dos órgãos de administração da justiça na Presidência da República, por ocasião do Dia da Legalidade, que se assinala hoje em Moçambique.

Para Filipe Nyusi, os órgãos de administração de justiça em Moçambique devem procurar trabalhar em coordenação perante ameaças à soberania do Estado.

"A falta de coordenação ou de respeito entre os poderes pode prejudicar o cidadão, o principal destinatário de todas as nossas intervenções", declarou o Presidente moçambicano, que acrescenta que a "separação de poderes não implica nem significa ações isoladas, mas uma coordenação institucional forte na defesa dos mais altos interesses da nação moçambicana".

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas.

Há diferentes estimativas para o número de mortos, que vão de 1.000 a 2.000 vítimas.

Segundo dados oficiais, há, pelo menos, 435 mil deslocados internos devido a violência protagonizada por grupos classificados como terroristas em distritos mais a norte da província.

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