Sheinbaum disse na quinta-feira que falou recentemente com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e que este lhe garantiu que não apoiava a exclusão do México do acordo comercial trilateral com os Estados Unidos.
Isto horas depois do primeiro-ministro canadiano ter dito que o país não rejeita a ideia de um futuro acordo comercial com os Estados Unidos que exclua o México, embora prefira o atual tratado trilateral.
"Há preocupações reais e genuínas sobre o investimento chinês no México, que eu levantei diretamente com a Presidente mexicana e que os três países vão ter de resolver", disse Trudeau.
"Deixamos a porta aberta porque o meu trabalho é e será sempre defender os trabalhadores canadianos, defender a economia canadiana e defender os interesses canadianos", acrescentou.
"O primeiro-ministro não concorda em retirar o México do tratado, disse-me claramente", notou Claudia Sheinbaum após a reunião bilateral que os dois líderes realizaram durante a cimeira do grupo G20 no Brasil esta semana.
"[Trudeau] perguntou-me sobre a fábrica de automóveis de uma empresa chinesa e se havia uma fábrica no México", disse Sheinbaum.
A Presidente mexicana respondeu que a única fábrica da empresa na América do Norte ficava na Califórnia, numa aparente referência à chinesa BYD, que supostamente planeava montar automóveis no México.
A ideia de excluir o México do tratato foi inicialmente lançada por Doug Ford, chefe de governo da província de Ontário, a mais industrial do Canadá e onde se concentra todo o setor automóvel do país.
Doug Ford censurou as autoridades mexicanas por não imporem as mesmas tarifas que os Estados Unidos e o Canadá anunciaram para os veículos chineses.
Posteriormente, outros chefes de governo provinciais do Canadá manifestaram apoio às palavras de Doug Ford.
Trudeau acrescentou que o acordo comercial em vigor entre os três países, conhecido como T-MEC, "é extraordinário".
"Tem sido um sucesso incrível para a economia canadiana, para a economia norte-americana e para a economia mexicana. É algo que gostaríamos de manter", explicou.
O T-MEC, negociado e ratificado durante a primeira presidência de Donald Trump (2017-2021) para substituir o Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA) original, incorpora uma revisão automática em 2026, o que poderá abrir a porta para a exclusão do México.
Políticos dos Estados Unidos manifestaram preocupação com o facto de, ao abrigo deste acordo comercial, as empresas chinesas poderem montar automóveis no México e enviá-los para o norte, evitando tarifas.
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