A visita de Bas, que detém o segundo mais alto cargo político da Alemanha depois do Presidente Federal, Frank-Walter Steinemier, segue-se a conversações entre este último e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o objetivo de resolver as diferenças entre Kiev e Berlim.

Bas é a primeira política alemã de alto nível a visitar a Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

Zelensky e Steinmeier tiveram uma conversa telefónica na quinta-feira para resolver as diferenças.

O ponto alto das diferenças entre os dois chefes de Estado foi quando Kiev disse ao Presidente alemão que não era bem-vindo em Kiev quando se preparava para viajar para a capital ucraniana com os homólogos polaco e bálticos.

Além de vice-chanceler no Governo do chanceler Gerhard Schröder (social-democrata), Steinmeier foi ministro dos Negócios Estrangeiros durante dois mandatos com a chanceler Ângela Merkel (conservadora).

A agenda de Bas (social-democrata) em Kiev inclui uma reunião com Zelensky, que esta semana recebeu o líder da oposição alemã (conservadora), Friedrich Merz.

O 77.º aniversário da capitulação do Terceiro Reich, que está a ser comemorado hoje na Alemanha, está rodeado por um sentido especial devido à guerra na Ucrânia.

As autoridades alemãs intensificaram as medidas de segurança antes dos 50 comícios anunciados entre hoje e segunda-feira, incluindo alguns organizados por grupos pró-russos e de extrema-direita.

Em Berlim, são esperados comícios tanto no memorial do Exército soviético no Tiergarten, perto da Porta de Brandeburgo, como no Parque de Treptow, onde milhares de pessoas se reúnem normalmente nesse dia para prestar homenagem aos 80.000 soldados soviéticos que caíram na Batalha de Berlim.

A polícia de Berlim proibiu a afixação de bandeiras russas e ucranianas em cerca de 15 locais da capital para evitar confrontos.

Um dos tanques soviéticos integrados no memorial do Tiergarten apareceu há alguns dias tapado com uma bandeira ucraniana.

À noite, o Chanceler Olaf Scholz dirigirá uma mensagem transmitida pela televisão aos seus compatriotas, com o objetivo de enfatizar o "caráter especial" da comemoração e advertir contra a instrumentalização da vitória sobre a Alemanha nazi, disseram fontes governamentais.

Para segunda-feira foram tomadas disposições especiais devido à convocatória de uma marcha a partir dos dois tanques "T.34" no monumento de Tiergarten até à imponente estátua, de 30 metros de altura, de um soldado soviético a esmagar uma suástica com a sua espada em Treptow.

A Capitulação foi assinada pelo lado alemão na noite de 08 para 09 de maio em Karlshorst, na periferia de Berlim.

Em 30 de abril, Adolf Hitler tinha-se suicidado no seu 'bunker', e dois dias mais tarde um soldado do Exército soviético pendurou a sua bandeira no Reichstag.

MC // CSJ

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