Macron e Xi vão reunir-se na terça-feira, na ilha indonésia de Bali, à margem da cimeira do G20, o grupo das economias mais desenvolvidas e emergentes, que decorre até quarta-feira.
Segundo a Presidência francesa, Macron dirá a Xi que o interesse mútuo "é pressionar a Rússia a regressar à mesa das negociações e a respeitar o direito internacional".
Macron tentará convencer Xi, assim como o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com quem se encontrará na quarta-feira, que a "continuação da guerra não é uma coisa boa, mesmo do seu ponto de vista", acrescentou o Eliseu (Presidência francesa), citado pela agência francesa AFP.
A China e a Índia não condenaram a ofensiva da Rússia na Ucrânia lançada a 24 de fevereiro, e continuam relutantes, tal como países do sul, incluindo a Indonésia, em criticar Moscovo.
Xi Jinping reuniu-se hoje, em Bali, com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Uma fonte da Presidência francesa disse à AFP que o objetivo "é uma pressão contínua em círculos concêntricos sobre a Rússia" e não deixar que os outros "digam que o problema não é seu".
O alto funcionário do Eliseu, que a agência francesa não identificou, admitiu que não haverá uma declaração final da cimeira a condenar a guerra na Ucrânia por oposição da Rússia.
A Rússia será representada na cimeira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, devido à ausência do líder russo, Vladimir Putin, justificada por razões de agenda e a necessidade de permanecer na Rússia.
Alguns dos líderes do G20, incluindo Joe Biden, participaram na cimeira da Ásia Oriental no domingo, em Phnom Penh, que terminou sem um comunicado conjunto por a Rússia se ter oposto aos termos das referências à guerra na Ucrânia.
"Os Estados Unidos e os seus aliados insistem numa linguagem absolutamente inaceitável em relação à situação na Ucrânia", justificou Lavrov no final de cimeira na capital do Camboja.
A fonte do Eliseu também disse à AFP que Macron continuará a falar com o seu homólogo russo e que tenciona contactar Putin após o G20.
A cimeira de Bali ocorre numa altura em que a Rússia está a sofrer importantes reveses militares na Ucrânia, na sequência de uma contraofensiva lançada em setembro pelas forças ucranianas, que têm recebido armamento dos aliados ocidentais de Kiev.
Na sexta-feira, as tropas ucranianas reconquistaram parte da região de Kherson, incluindo a capital com o mesmo nome, depois de milhares de soldados russos se terem retirado.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou hoje Kherson e saudou a vitória das suas tropas como o "início do fim da guerra".
Kherson era a única capital regional da Ucrânia controlada pela Rússia em quase nove meses de guerra.
Foi anexada por Moscovo em 30 de setembro, juntamente com as regiões de Zaporijia, Donetsk e Lugansk.
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
As autoridades de Kiev e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania da Rússia nas regiões que anexou à Ucrânia.
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