"A Comissão Política [do partido] saúda a decisão da prorrogação do mandato da missão militar e acredita que a medida vai consolidar cada vez mais as conquistas alcançadas no combate a ação terrorista", refere-se numa nota enviada à comunicação social.

Os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovaram, no dia 17 deste mês, a prorrogação do mandato da missão militar da organização em Cabo Delgado, durante a 42.ª cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo da SADC, que decorreu na capital da República Democrática do Congo.

O comunicado emitido no final da sessão não indica o prazo de prorrogação desta missão.

"A cimeira saudou os Países Contribuintes com Efetivos (PCC) para a SAMIM pela solidariedade e sacrifício para apoiar a missão e endereçou condolências aos governos e famílias dos nove efetivos da SAMIM que perderam a vida no teatro das operações", acrescentava-se na nota da SADC, emitida pelo Ministério das Relações Exteriores angolano.

Para a Comissão Política do partido no poder em Moçambique, a prorrogação do mandato da SAMIM vai consolidar ainda o "regresso paulatino da população nas comunidades de origem" e a implementação dos programas de reconstrução de infraestruturas, como resultado das conquistas que as forças de Moçambique, SADC e também do Ruanda têm alcançado.

"A Comissão Política encoraja o Governo a continuar com o trabalho de sensibilização dos indivíduos que por diversas razões se juntaram aos grupos terroristas em Cabo Delgado, a regressarem ao convívio familiar", acrescenta-se na nota do partido que governa o país.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas está a ser aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

LYN (EYAC) // VM

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