Após o encontro de terça-feira, o rei Abdullah II garantiu, na rede social X, que manifestou ao republicano "firme oposição à deslocação de palestinianos em Gaza e na Cisjordânia ocupada", sublinhando que se tratava de uma "posição árabe comum".

"Insisti que o meu compromisso supremo era com a Jordânia, a sua estabilidade e o bem-estar dos jordanos", acrescentou o monarca, referindo-se aos anos de tensão e até aos confrontos armados que, no contexto do conflito israelo-palestiniano, marcaram a história do reino.

Quase metade dos 11 milhões de habitantes da Jordânia são de origem palestiniana.

"Reconstruir Gaza sem deslocar os palestinianos e abordar a terrível situação humanitária deve ser a prioridade de todos", escreveu Abdullah II na X.

O plano de Trump para a Faixa de Gaza, que é esvaziar o território dos seus habitantes para o transformar numa vasta zona de desenvolvimento imobiliário sob o controlo dos Estados Unidos, desencadeou uma onda de indignação internacional.

Trump, que chegou a mencionar a suspensão da ajuda dos Estados Unidos à Jordânia caso esta não acolhesse os palestinianos deslocados, adotou na terça-feira um tom mais conciliador, afirmando que não era necessário ameaçar o país: "Penso que já ultrapassámos essa fase".

O multimilionário de 78 anos, antigo promotor imobiliário, também respondeu "não", quando um jornalista lhe perguntou se tencionava participar a título particular no projeto que está a elaborar para a Faixa de Gaza.

Durante a reunião com Trump, o rei Abdullah II declarou-se pronto para receber 2.000 crianças gravemente doentes da Faixa de Gaza.

O rei da Jordânia já tinha anunciado que o Egito iria apresentar um plano para os líderes árabes considerarem nas próximas negociações.

O Egito pretende "apresentar uma visão abrangente para a reconstrução" da Faixa de Gaza, onde garante que os palestinianos permanecem nas suas terras, revelou na terça-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio.

O Cairo "espera cooperar" com o Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre este tema.

O ministério liderado por Badr Abdelatty explicou que o Egito está a considerar um plano que permitiria a reconstrução de Gaza "de uma forma clara e decisiva que garanta que o povo palestiniano permaneça na sua terra e de acordo com os direitos legítimos e legais deste povo".

O Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, que no mês passado trocou convites para visitas de Estado com Trump, pediu também na terça-feira a reconstrução de Gaza "sem deslocar os palestinianos".

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