O plenário do Tribunal Superior Eleitoral TSE também puniu com a mesma sanção o autor do vídeo, o vereador do Partido Liberal (PL) Rômulo Quntino, feito durante a campanha eleitoral e no qual, descontextualizando uma frase do então candidato Lula, mostra-o afirmando que está possuído pelo diabo.

Flávio Bolsonaro partilhou o vídeo com uma mensagem que dizia: "Mencione o seu pastor, padre, rabino, nos comentários. Envie este vídeo para o seu líder religioso e pergunte o que ele acha. A guerra também é espiritual", escreveu.

As verdadeiras declarações de Lula aconteceram em agosto de 2021, quando ele participava num evento com coletivos negros em Salvador, no qual denunciou os bolsonaristas por o acusarem de ter feito um pacto com o diabo.

"Nas redes sociais do bolsonarismo estão a dizer que eu tenho relações com o diabo, que estou falando com o diabo e que o diabo me possuiu. É uma campanha maciça, violenta e maligna", disse então Lula da Silva, que venceu as presidenciais de outubro do ano passado, impedindo a reeleição de Bolsonaro.

"A Justiça tem que ser cega, mas estúpida. Não podemos, no TSE, fazer a política do avestruz, fingir que algo não aconteceu", argumentou o presidente deste tribunal, Alexandre de Moraes, em setembro de 2022, quando o caso começou a ser discutido, segundo o jornal O Globo.

Moraes alertou que se tratava "sem dúvida" de uma estratégia típica do modo de agir das 'fake news' e que a intenção era "claramente" eleitoral.

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