Perante a visita de von der Leyen a Kiev, a Rússia sobe o tom das ameaças
O que aconteceu hoje?
A Rússia advertiu que usará todo o seu "potencial" militar contra qualquer país que venha a ameaçá-la e equiparou o envio de tanques alemães de apoio à Ucrânia à ofensiva nazi durante a Segunda Guerra Mundial.
O primeiro aviso veio do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, seguindo-se o chefe de Estado, Vladimir Putin.
O que disse Lavrov?
Que as armas ocidentais fortalecerão a Rússia. “Se neste momento tratamos de afastar a artilharia das Forças Armadas da Ucrânia para uma distância que não constitua uma ameaça para os nossos territórios, quanto maior for o alcance do armamento que (vão) enviar para o regime de Kiev, mais empenhamento haverá para afastar os soldados ucranianos das nossas fronteiras”, disse Lavrov à agência RIA Novosti e à cadeia de televisão Rossia-24.
O chefe da diplomacia da Rússia acrescentou que o Ocidente está a afundar-se num pântano “com cada passo que dá, na Ucrânia”.
Lavrov acusou também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de querer que o resultado da guerra seja “a derrota total da Rússia, o tipo de derrota que por décadas, muitas décadas, a Rússia não consiga restaurar a sua economia".
"Não será isto uma forma de racismo, nazismo, como tentativa de resolver a questão russa?", questionou-se, evocando a vitória da Rússia contra a Alemanha nazi, na Segunda Guerra Mundial.
Os paralelos com a ameaça nazi — comparação que tem sido feita desde o início da guerra — continuaram ao longo do dia.
Com Putin?
Sim. "É incrível, mas estamos novamente ameaçados por tanques alemães", afirmou o presidente russo, nas comemorações do 80º aniversário da vitória soviética contra as tropas de Hitler em Stalingrado, atual Volgogrado.
As afirmações do chefe de Estado russo referem-se aos blindados Leopard prometidos por Berlim a Kiev, estabelecendo um paralelo entre a guerra contra Hitler e a sua ofensiva na Ucrânia.
“Temos com que responder e a coisa não se ficará pelo uso dos blindados”, declarou Putin.
"Quando as novas armas entregues pelo 'coletivo ocidental' aparecerem, a Rússia vai usar, plenamente, seu potencial existente para responder" a essas entregas, declarou antes o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, citado pelas agências locais de notícias.
As ameaças russas foram feitas numa fase em que se teme uma segunda vaga da invasão. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Moscovo de concentrar tropas para lançar uma operação de "vingança" contra a Ucrânia e as potências europeias por volta do primeiro aniversário do início da ofensiva russa, em 24 de fevereiro.
O título fala na ida de von der Leyen a Kiev. Como correu?
A UE fez-se representar em força: ao todo, além da chefe da Comissão Europeia, viajaram para a Ucrânia 15 comissários europeus para a cimeira Ucrânia-União Europeia, nesta sexta-feira.
Hoje, porém, já foram delineados alguns temas que serão debatidos a fundo na cimeira em si.
Como por exemplo?
Numa conferência de imprensa conjunta com Zelensky, von der Leyen garantiu que a UE vai continuar a fazer o Presidente russo, Vladimir Putin, pagar pela sua guerra atroz, com a adoção de novas sanções ainda este mês.
“Antes de Rússia começar a guerra, alertámos muito claramente sobre os custos económicos enormes que iríamos impor em caso de invasão, e hoje a Rússia está a pagar um preço elevado, à medida que as nossas sanções estão a asfixiar a sua economia”, apontou a presidente do executivo comunitário.
“E vamos levar a pressão ainda mais longe. Vamos introduzir, com os nossos parceiros do G7, um limite de preço adicional aos produtos petrolíferos da Rússia e, a 24 de fevereiro, exatamente um ano desde que a invasão começou, contamos implementar o décimo pacote de sanções”, anunciou então.
Nas últimas semanas, von der Leyen disse que a Europa deve prevalecer perante a agressão da Rússia e que as sanções, sem precedentes, fizeram com que a economia russa “regredisse uma década”.
Implementada no início de dezembro pela UE, pelo G7 (grupo das maiores potências ocidentais) e pela Austrália, a limitação do preço do barril de petróleo bruto a 60 dólares custa a Moscovo cerca de 160 milhões de euros por dia, afirmou.
E Zelensky, o que disse?
O presidente ucraniano pediu que essas sanções sejam adotadas o mais rápido possível e que se acelere o processo de adesão de seu país ao bloco europeu, uma das questões centrais da cimeira de sexta-feira.
Recorde-se que a Ucrânia obteve em junho de 2022 o estatuto de candidata a ingressar no bloco formado atualmente por 27 países, mas os processos de adesão costumam ser longos.
Nesta quinta-feira, Zelensky considerou que o seu país "merece iniciar as negociações este ano". No entanto, um dos critérios do processo de adesão é o combate à corrupção na Ucrânia. Nesse sentido, Von der Leyen elogiou as medidas policiais e judiciais dos últimos dias contra funcionários suspeitos de depredação dos recursos públicos no país.
*com agências
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