“Se neste momento tratamos de afastar a artilharia das Forças Armadas da Ucrânia para uma distância que não constitua uma ameaça para os nossos territórios, quanto maior for o alcance do armamento que (vão) enviar para o regime de Kiev, mais empenhamento haverá para afastar os soldados ucranianos das nossas fronteiras”, disse hoje Lavrov à agência RIA Novosti e à cadeia de televisão Rossia-24. O chefe da diplomacia da Rússia acrescentou que o Ocidente está a afundar-se num pântano “com cada passo que dá, na Ucrânia”.
“Vai ser uma bola de neve”, disse Lavrov referindo-se às consequências - do ponto de vista de Moscovo - da presença do armamento estrangeiro que vai ser enviado para Kiev.
Lavrov disse ainda que a Rússia se encontra no centro de uma “batalha geo política” e que os militares russos que se encontram na primeira linha da frente “são heróis” empenhados no futuro da humanidade contra a “hegemonia total dos Estados Unidos”.
Por outro lado, o chefe da diplomacia da Rússia acusou hoje o Ocidente de estar a apoiar a Ucrânia para pôr fim ao que chamou “questão russa”, criticando diretamente a visita da presidente da Comissão Europeia a Kiev.
Ursula von der Leyen “declarou que o resultado da guerra deve ser a derrota russa, e uma derrota de tal forma que não volte a levantar-se durante décadas”, disse Lavrov numa entrevista transmitida pelas televisões da Rússia.
“Isto não é racismo? Nazismo? [isto não é uma] tentativa de resolver a ‘questão russa’?” questionou o chefe da diplomacia da Rússia.
Um total de 15 comissários europeus, incluindo os vice-presidentes Margrethe Vestager e Valdis Dombrovskis, chegaram hoje a Kiev.
A delegação é chefiada pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que vai manter uma série de reuniões com o Governo ucraniano.
Por motivos de segurança, só hoje de manhã é que foi tornada pública a informação sobre a deslocação da delegação da União Europeia à Ucrânia.
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