Esta é a opinião de um perito da Microsoft, Yusuf Mehdi, expressa em entrevista a uma jornalista da Efe, Sarah Yáñez-Richards.

Este vice-presidente da empresa e diretor de marketing do consumidor da Microsoft respondeu assim aos alarmes acesos por diversos peritos do setor, sobre o avanço rápido da IA e o perigo de poder ficar fora de controlo.

“O essencial da IA é prever texto. É prever o que vem depois. Mas precisa do entendimento humano. Os humanos são os que se ligam com a IA e lhe dizem o que fazer”, avançou.

Mehdi atribui o receio com a IA em parte por ser uma novidade, que se popularizou com o lançamento do ChatGPT, da OpenIA, há seis meses, bem como aos anúncios de ‘chatbots’ de IA nos motores de busca da Edge e Google, respetivamente Bing e Bard, há três meses.

“Temos de passar por este ciclo de compreensão da tecnologia (…) e, à medida que aprendemos mais, creio que esses medos vão passar”, sublinhou.

Não obstante, outros peritos, como Geoffrey Hinton, considerado o ‘padrinho’ da IA, que trabalhou para a Google, manifestou recentemente as suas preocupações quanto aos perigos que estas tecnologias colocam, em entrevista ao The New York Times.

“Essa ideia de que essas coisas [IA] na realidade poderiam vir a ficar mais inteligentes do que as pessoas, era algo que algumas pessoas acreditavam. Mas, na sua maioria, pensavam que levaria muito tempo. Eu pensava isso, que faltariam entre 30 a 50 anos, ou talvez mais. Obviamente, já não o penso”, acrescentou Hinton na entrevista.

Para dissipar este receio com o futuro desta tecnologia, Mehdi comentou à EFE que na sua empresa é chave “a responsabilidade na construção da IA”.

Como disse: “Temos um esquema de trabalho de IA responsável, temos princípios que aplicamos a toda a tecnologia antes de a lançar. Princípios como: o nosso foco é transparente? Estamos a proteger as crianças? Somos inclusivos? Incluímos todas as pessoas do mundo nesta tecnologia?”, destacou.