A Startup Lisboa é uma incubadora que trabalha em três grandes áreas — tecnologia, turismo e comércio — e só realiza programas de aceleração quando há uma necessidade. E foi esse o caso.

O From Start-to-Table visa “estimular a co-criação. Ou seja, colocar os operadores, que estão 'com a mão na massa' do lado da restauração, em contacto com os operadores tecnológicos e fazer com que olhem para este setor como uma oportunidade para desenvolver produtos e serviços à medida”, explica Miguel Fontes, CEO da Startup Lisboa.

E o programa, acrescenta, está “a superar as expectativas”. Sem querer avançar com os números das candidaturas, o CEO da Startup Lisboa diz com confiança que "a recetividade está a ser muito boa” e reitera que este programa de aceleração surgiu "em função de uma procura real”.

“Fomos sentindo uma procura grande, portanto surgiu a necessidade de dar uma resposta mais consistente”, diz. Esta resposta passou, num primeiro momento, por “conhecer e mapear um conjunto de empreendedores que andam a trabalhar nesta área”.

“Acreditamos que há sempre espaço para pensar novos conceitos, novas formas de fazer, e [a restauração] é uma área que tem atraído gente muito diferente”, salienta Miguel Fontes, acrescentando que “há hoje gente com qualificações — que vem, aliás, de outros mundos profissionais — a dedicar-se a esta área e isso também se reflete depois na qualidade final daquilo que nós, consumidores, encontramos”.

Para o CEO da  é de destacar também a “aposta muito determinada que o Turismo de Portugal tem vindo a fazer, preocupando-se em reforçar a qualificação da oferta turística”.

“Tem-se a noção de que esta é uma área [de negócio] que está a crescer muito na nossa economia, e os números falam por si. Mas estamos num terreno altamente competitivo e se o país quiser continuar a crescer ao nível do turismo, precisa de ter uma oferta particularmente qualificada”, defende.

O From Start-to-Table vem, diz Miguel Fontes, "preencher uma lacuna”. Há muita gente a querer empreender e há muito pouca oferta a nível de apoio”, diz.

Sem perder de vista que o valor maior está em “resolver um problema real”, a Startup Lisboa considera que há muito caminho por trilhar no mundo da restauração, sobretudo ao nível de novos conceitos e de "novos players que precisam de apostar na diferenciação se quiserem trazer valor para o mercado". Num ramo em que existe, atualmente, "quase um culto à volta da comunidade de foodies”, a palavra 'criatividade' é essencial e o estímulo da inovação - quer a nível do produto quer a nível do conceito - é uma necessidade.

"Há muito trabalho a fazer a montante e a jusante, ao nível do backoffice. (…) Ainda hoje se anseia por uma solução que permita que o cliente não tenha de esperar tanto tempo para pagar a conta e ir embora, o que prejudica a rotação de mesas”, exemplifica.

“É muito importante estimular operadores tecnológicos a desenvolverem soluções particularmente dedicadas em tudo aquilo que está por trás de um restaurante — desde a parte da gestão de stocks até à da programação da operação quotidiana, a gestão do pessoal, a parte relativa aos regulamentos e normas legais, etc", continua.

Mas neste processo, onde fica a tradição? Para Miguel Fontes o processo de inovação não implica descaracterização. ”A tradição e a inovação convivem lindamente. O grande boom que nós vimos nos últimos tempos deve-se à capacidade de juntar a alta cozinha, a cozinha de autor, e de reinventar e trabalhar precisamente numa base em que a tradição é muito forte”.

O From Start-to-Table tem espaço para todas as ideias que sejam disruptivas porque "aquilo que é importante é preservar e projetar produtos e serviços de qualidade. Qualidade que seja sinónimo de diversidade".

O programa de aceleração From Start-to-Table está está a aceitar candidaturas até ao final do mês de setembro.

From Start-to-Table

O que é? É o programa de aceleração da Startup Lisboa, com o apoio do Turismo de Portugal, para o ecossistema da restauração. O objetivo é acelerar projetos que atuem e que tragam inovação para esta área, com novos conceitos e tecnologias.

Quem pode candidatar-se? Ideias ou projetos de todo o mundo, com menos de dois anos de existência, de teor tecnológico e não tecnológico que tragam inovação ao ecossistema da restauração.

Como posso participar? As candidturas estão abertas até dia 30 de Setembro em fromstrat-to-table.com. A participação é gratuita. Contudo, cada pessoa só se pode inscrever através de um único projeto.

Como funciona o processo de seleção? Depois do período de candidaturas, haverá uma pré-seleção de projetos para se apresentarem a júri nos dias 10 e 11 de Outubro. Vão ser escolhidos 10 projectos de âmbito tecnológico e 10 projectos de âmbito não tecnológico para participarem no programa.

Em que consiste a apresentação perante o júri? O(s) promotor(es) de cada projeto devem fazer uma apresentação de (no máximo) 3 minutos, com os suportes que os candidatos considerem mais adequados.

Quais os critérios do júri para a escolha dos projectos?

• Projeto/empresa com modelo de negócio diferenciador;

• Qualidade da equipa e capacidade da mesma em implementar o projeto;

• Exequibilidade da ideia apresentada;

• Inovação ao nível do processo, do produto ou do marketing associado relativamente a negócios já instalados;

• Ter potencial de crescimento e/ou de escalabilidade.

Quando saem os resultados? Os candidatos serão informados via e-mail entre os dias 12 e 14 de outubro.

Quando decorre o programa? O programa tem a duração de 9 semanas a começar a 15 de outubro e a terminar a 11 de dezembro com o Demo Day.


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