Num comunicado divulgado hoje, a polícia federal norte-americana confirmou que é possível atribuir o ataque ao grupo russo REvil, também conhecido como Sodinokibi, acrescentando que está “a trabalhar diligentemente para levar os autores da ameaça à justiça”.

O grupo REvil é um dos grupos de piratas informáticos mais prolíficos e lucrativos do mundo.

Na terça-feira, a Casa Branca apontou a Rússia como a principal responsável pelo ataque informático contra a JBS, cuja sede é no Brasil.

A porta-voz adjunta da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse à imprensa que o Governo dos Estados Unidos está em contacto com o executivo russo sobre este assunto e deixou claro que “os Estados responsáveis não dão refúgio aos criminosos do ‘ransomware'”.

Os ataques de ‘ransomware’ bloqueiam sistemas de computador que não são libertados até que as empresas ou instituições paguem um resgate aos piratas informáticos.

“As nossas parcerias com o setor privado são essenciais para responder rapidamente quando ocorre uma intrusão informática e fornecer apoio às vítimas afetadas pelos nossos adversários informáticos”, observou o FBI na sua nota.

Um ataque informático contra alguém é “um ataque a todos nós. Encorajamos qualquer entidade que seja vítima de um ataque informático a notificar imediatamente o FBI por meio de um dos nossos 56 escritórios”, insistiu a polícia federal no comunicado.

A subsidiária nos Estados Unidos do gigante agroalimentar brasileiro JBS, uma das principais empresas mundiais de carne, anunciou, na segunda-feira, ter sido vítima de um “ciberataque organizado” no domingo.

“A JBS USA descobriu que estava a ser alvo de um ataque organizado de cibersegurança que afetou vários servidores em que os seus sistemas informáticos estão baseados na América do Norte e na Austrália”, disse a empresa, numa declaração, sem especificar a natureza do ataque.

Todos os sistemas afetados foram encerrados e as autoridades informadas, acrescentou a JBS norte-americana. A empresa indicou que os sistemas de apoio não foram afetados pelo incidente.

“Neste momento, a empresa não tem conhecimento de qualquer uso indevido de dados de clientes, fornecedores ou empregados em resultado desta situação”, adiantou a JBS, mas avisou que as transações com clientes e fornecedores podiam “ser abrandadas”.

Especializada em produtos de carne bovina, suína e avícola, a JBS é uma das maiores empresas alimentares do mundo.

Além do Brasil e de outros países da América Latina, a JBS mantém operações nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália, na Nova Zelândia e no Reino Unido.