Questionado em conferência de imprensa no segundo dia da Web Summit em Lisboa sobre os benefícios e malefícios da tecnologia, Cosgrave sublinhou a importância da pergunta e respondeu que a tecnologia em si não é nem boa nem má, sendo “na melhor das hipóteses neutra”.
Ainda assim, Cosgrave realçou ser um erro presumir que toda a tecnologia é boa e lembrou que “nos últimos 100 anos foram desenvolvidas tecnologias que podem destruir o planeta inteiro ao mesmo tempo que estão a ser criadas outras que deviam retirar da pobreza todos aqueles que vivem em condições miseráveis”.
“Acho que há conversas muito sérias que temos que ter. Há protestos no meu país [na Irlanda] e noutros países entre as aplicações de partilha de transportes e taxistas sobre quem deve ter o direito de conduzir e isso é importante, mas muito mais assustador e importante é o que é que acontece quando não precisarmos de condutores? O que é que acontece quando não precisarmos de uma série de outros trabalhadores?”, perguntou o cofundador da cimeira.
“O futuro é tão incerto. O que é que vai acontecer nos próximos cinco anos? O que é que vamos fazer quando milhões e milhões de pessoas na Europa deixarem de ter emprego ou uma competência que lhes permita voltar a ter trabalho?”, acrescentou.
Paddy Cosgrave lembrou ainda que num inquérito a investidores sobre se os governos estão preparados para o impacto da Inteligência Artificial nos postos de trabalho, 90% disseram que não e “isso é assustador”.
A Web Summit de Lisboa, que arrancou na segunda-feira, conta com mais de 53.000 participantes, de 166 países, incluindo 15.000 empresas, 7.000 presidentes executivos e 700 investidores. Entre os oradores contam-se os fundadores e presidentes executivos de algumas maiores empresas de tecnologia do mundo, bem como importantes personalidades das áreas de desporto, moda e música.
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