Mickey Balter é o CEO da Oriient, a startup que quer tornar o mundo físico pesquisável através de um sistema GPS interior. E porquê? A resposta é simples. “Já ninguém lê mapas, mas também já ninguém fica perdido porque temos GPS nos telemóveis e nos carros. No entanto, passamos 90% do nosso tempo em espaços interiores e não há GPS aí”, começa por dizer Mickey.
Aproveitando o campo magnético da terra e o material comum em todos os edifícios — o metal —, este projeto tem como objetivo facilitar as movimentações dentro de grandes espaços. Porque, explica o CEO da Oriient, “primeiro que tudo é uma questão de conveniência”. E aplicado ao retalho pode, realmente, fazer a diferença.
“Com a nossa tecnologia, as lojas físicas ficam tão mensuráveis e visíveis quanto as lojas online. Numa loja online sabemos onde está o cliente, em que produtos tem interesse, quanto tempo passa com o produto. Com a nossa tecnologia tudo isso fica visível na loja física. Sabemos por onde as pessoas andam, onde param, onde abrandam. Isso pode dar muita informação sobre os hábitos do consumidor”, essencial para os retalhistas, refere.
Além isso, “usar o sistema da Oriient numa loja aumenta a lealdade dos clientes, porque a loja é mais simples. Os clientes ficam com um melhor humor, uma vez que não têm de andar à procura das coisas, apenas descobrem a loja usando o mapa, encontrando os itens de que precisam”.
Para acederem a este mapa, o processo é relativamente simples. À Oriient cabe “mapear a loja, o que é feito apenas a andar pela loja com o smartphone e demora umas horas, e depois há um código para inserir na app, que serve como GPS interior. Isto faz com o que telemóvel tenha constantes atualizações da loja”.
No fim de contas, a aplicação pretende ajudar os clientes. “Existem muitos tipos de clientes. Alguns querem entrar na loja, apanhar o que precisam e sair. Outros preferem explorar. Querem andar pela loja a ver os produtos relevantes para eles, as promoções. A nossa tecnologia junta as duas coisas: podemos encontrar todos os produtos da lista de compras num mapa, para acabar as compras mais depressa, ou podemos procurar coisas que não costumamos comprar, bem como promoções”, explica Mickey.
Assim, ir às compras ganha todo um outro sentido. Faz-se uma lista de compras que nos aparece diante dos olhos, indicando um caminho a seguir dentro do espaço. E que caminho? O melhor.
“Para o cliente é poupar tempo. Por exemplo, todos os itens da lista de compras aparecem no mapa, para que possam ser recolhidos usando o caminho mais curto. Já o retalhista pode mostrar-me promoções e levar-me a secções da loja a que normalmente não me dirijo. Pode também relembrar-me de itens que eu preciso mas que não incluí na lista”, começa por explicar.
"Muitas aplicações de retalho têm uma lista de compras, mas o problema é que esta lista apenas mostra os itens, mas não se adapta ao posicionamento na loja. Com o nosso sistema a lista é apresentada de acordo com a localização — a minha e a dos produtos. É como se eu estiver a conduzir pela loja, pela melhor rota”, exemplifica.
Até ao momento, o projeto está em curso num “edifício inteligente”, em Israel, e num grande retalhista alemão, em Berlim. “O próximo passo é estender estes dois projetos a todos os edifícios à responsabilidade dos grupos”. E, em 10 anos, a “Oriient vai ser a infraestrutura digital de que todos os edifícios precisam”.
Irá então a Oriient mudar o mundo? Mickey Balter não hesita. “A Oriient é sobre poupar tempo para as pessoas e tornar as nossas vidas mais simples. Acho que qualquer ideia que dá isto às pessoas é uma ideia bem sucedida”.
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