“No ano passado [2020], em Portugal, as queixas apresentadas na Procuradoria-Geral da República, relacionadas com a cibercriminalidade aumentaram 182%”, declarou Mariana Vieira da Silva, na sessão de abertura do “C Days - Ciber Segurança 2021”, que evento que decorre entre hoje e a próxima quarta-feira, dia 16, na Alfândega do Porto.

A ministra, que não esteve presente na sessão de abertura, mas enviou a sua apresentação via digital, acrescentou que são cada vez “mais frequentes as notícias de ciberataques dirigidos a serviços essenciais como comunidades de saúde que paralisam a prestação de serviços públicos e causam consideráveis perturbações no funcionamento das sociedades”.

A governante defendeu que o desenvolvimento de competências em cibersegurança deve estar no ”foco da ação das entidades públicas”, mas também nas “organizações do setor privado”, e lembrou que Portugal tem “dificuldade em formar e reter profissionais altamente especializados dotados de competências avançadas em cibersegurança”.

“Os relatórios de execução da estratégia assinalam também a dificuldade em formar e reter profissionais altamente especializados, dotados de competências avançadas em cibersegurança, bem como a necessidade de um maior aproveitamento dos fundos estruturais e outros instrumentos de financiamento para promover a resiliência digital e a transformação digital das Pequenas e Médias Empresas”.

Embora Portugal tenha uma estratégia nacional de segurança do ciberespaço que consagra “várias linhas de ação à formação e sensibilização em cibersegurança”, Mariana Vieira da Silva referiu que é um “trabalho que precisa de ser “aprofundado”.

Durante a sessão, Mariana Vieira da Silva lembrou também o processo da criação de um “Centro Europeu de Competências Industriais Tecnológicas e de Investigação em Ciber Segurança foi concluído durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, lembrando que Portugal dispõe, atualmente, de condições “particularmente favoráveis” para promover o desenvolvimento de competências avançadas em cibersegurança e de colocar um “melhor conhecimento técnico disponível ao serviço do reforça da capacidade das empresas e da administração pública”.

Segundo a ministra, o Centro Europeu vai ser responsável por “implementar uma agenda europeia de cibersegurança” e por gerir o “financiamento nas áreas de I&D e da capacitação de pessoas e empresas apoiado numa rede de centros nacionais de coordenação”.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), acrescentou, prevê também um “investimento significativo no reforço do quadro geral de cibersegurança, nomeadamente, através de ações de implementação do quadro nacional de referência para a cibersegurança, desenvolvido pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS).

Prevê ainda a criação de 700 centros de competências em cibersegurança e da criação de uma academia de cibersegurança destinada à formação avançada de novos especialistas para trabalhadores de organismos da Administração Pública.

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