De acordo com um comunicado da Associação Acesso Cultura, responsável pela criação da agenda, o objetivo desta iniciativa é "reunir a oferta cultural acessível num único 'website', frequentemente atualizado e facilmente pesquisável pelas pessoas interessadas nos serviços de acessibilidade das instituições culturais do país", tais como audio-descrição, língua gestual portuguesa, materiais tácteis e guias com pictogramas, entre outros.
A Acesso Cultura - Associação Cultural, criada em 2013, instituiu prémios, que têm vindo a entregar anualmente, para distinguir entidades que apliquem boas práticas na área da acessibilidade cultural, tanto a nível físico, como social e intelectual.
Ao longo dos anos, a Acesso Cultura também tem vindo a promover iniciativas, desde inquéritos, formação e debates, às chamadas "Sessões Descontraídas", de teatro, dança, cinema ou outro tipo de oferta cultural, que decorrem numa atmosfera "com regras mais tolerantes", quanto "a movimento e barulho na plateia", tendo em conta públicos com necessidades especiais.
Nesta agenda, criada com o apoio da Fundação Millennium bcp, os conteúdos poderão ser pesquisáveis por tipo de necessidade (deficiência visual, surdez, deficiência intelectual, deficiências sensoriais e de comunicação), tipo de oferta (exposição, visita guiada, espetáculo de teatro ou música ou dança, cinema), grupo etário, por distrito/localidade, e ainda a data.
A agenda irá sendo atualizada. Na data do lançamento, a entidade prevê que sejam disponibilizadas programações de 34 entidades nacionais.
Segundo a Acesso Cultura, metade destas 34 entidades nacionais iniciou as suas atividades e sessões acessíveis nos últimos quatro anos.
A organização destaca que cinco entidades da lista pertencem ao município de Leiria que, juntamente com o Instituto Politécnico da cidade, "investem no desenvolvimento de políticas de acessibilidade" local.
"Outro município de referência é a Batalha, que se encontra representado na agenda com duas estruturas culturais", acrescenta.
Na criação da agenda, também foram cumpridas regras da acessibilidade 'web', para que a consulta 'online' não apresente barreiras.
"Isto significa que as pessoas com deficiência visual terão acesso à informação, assim como pessoas que não têm bom uso (ou que não usam de todo) das suas mãos ou dedos (devido à falta de membros ou doenças neurológicas), ou pessoas que consultam a Internet em ecrãs pequenos (equipamentos móveis, ou outros)", acrescenta a Acesso Cultura.
A Acesso Cultura herdou o trabalho desenvolvido pelo GAM – Grupo para a Acessibilidade nos Museus, criado em 2003, e que funcionou até 2013 como um grupo informal de trabalho, reunindo membros institucionais e individuais, museus e profissionais de museus.
Alargou o âmbito da sua ação para todo o sector cultural e tem por objeto a melhoria das condições de acesso – nomeadamente físico, social e intelectual – aos espaços culturais e à oferta cultural.
Foi criada por 17 sócios fundadores, e atualmente conta com 131 associados ativos, dos quais 112 individuais e 19 institucionais, de museus e teatros, a companhias de dança.
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