A partir de uma única espécie nativa daquele país, foram geradas as oito atualmente conhecidas, de acordo com o relatório realizado pelos jardins botânicos de Wuhan, na China, e Kew, no Reino Unido, em conjunto com a Universidade de Antananarivo, em Madagáscar, e Queen Mary University, de Londres.
Investigadores destes centros concluíram que, a partir de uma espécie inicial, localizada em Madagáscar, iniciou-se o processo de especiação, no qual foram geradas variações da baobá que posteriormente se espalharam para outros países africanos e para a Austrália.
Estas desenvolveram diferentes estruturas florais para atrair diferentes animais — desde mariposas-esfinge, até morcegos e lémures, que colaboram na polinização da árvore.
Outros fatores, como o clima e as alterações no nível do mar nos seus habitats, também influenciaram o seu processo evolutivo.
A este respeito, os cientistas salientaram que a árvore tende a dispersar-se mais quando o nível do mar está mais baixo, pelo que um aumento do nível do mar num contexto de aquecimento global pode ter impacto na população existente de baobás.
Segundo Ilia Leitch, investigadora do Jardim Botânico de Kew, este estudo permitiu encontrar novas informações sobre os padrões de especiação dos baobás, bem como mostrar como estes foram influenciados pelas alterações climáticas.
Segundo os autores da investigação, a descoberta pode oferecer chaves para reduzir o impacto do aquecimento global sobre as espécies e, dessa forma, ajudar a conservar as diferentes espécies da árvore.
Neste contexto, os investigadores propuseram que algumas das espécies de baobá, cuja população diminuiu pelo menos 90%, fossem consideradas criticamente ameaçadas pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
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