Além de ter vencido o Prémio FIPRESCI, da Federação Internacional de Críticos de Cinema, a longa-metragem de Pedro Pinho recolheu as melhores votações dos críticos de toda a programação do festival, sendo só superado pela série televisiva “Twin Peaks”, de David Lynch, que teve estreia mundial em Cannes.

A maioria dos votos favoráveis da crítica surge de Espanha, Itália, Argentina, Canadá e Estados Unidos.

“A fábrica de nada” teve estreia mundial na Quinzena dos Realizadores, secção paralela do Festival de Cannes. Na história desta secção, Pedro Pinho foi o segundo realizador português a receber o prémio da crítica, depois de Manoel de Oliveira, em 1997, com “Viagem ao Princípio do Mundo”.

Em Cannes, o director artístico da Quinzena dos Realizadores, Edouard Waintrop, destacou “A fábrica de nada”, pelo “uso de uma variedade incrível de géneros cinematográficos: é praticamente um ‘thriller’ no início, tornando-se íntimo, político, social, fazendo um breve desvio para a comédia musical.”

“A fábrica de nada”, com três horas de duração, é interpretado por atores e não atores e segue a vida de um grupo de operários que tentam segurar os postos de trabalho, através de uma solução de auto-gestão coletiva, e evitar, assim, o encerramento de uma fábrica.

Pedro Pinho assina a realização, mas o filme de ficção foi construído em conjunto com Luísa Homem, Leonor Noivo, Tiago Hespanha, a partir de uma ideia de Jorge Silva Melo e da peça de teatro “A fábrica de nada”, de Judith Herzberg e por ele encenada.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Pinho disse que este prémio da crítica, além de dar visibilidade ao filme, é uma “notícia excelente para o cinema português e uma prova que este tipo de cinema – que neste momento está sob forte ameaça graças à lei do Cinema, à composição da Secção Especializada do Cinema e do Audiovisual (SECA) e à questão da escolha dos júris da SECA – precisa de ser estimulado e apoiado”, porque tem uma “vitalidade enorme”.

Considerou também que este reconhecimento internacional obtido em Cannes é “absolutamente excecional para um país tão pequeno e com tão pouca produção de filmes”.

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