“Todos os anos, o Prémio Havel celebra indivíduos que, com coragem e criatividade, desmascaram a tirania e personificam o conceito de ‘Viver a Verdade’, tão relevante hoje como quando foi articulado por Václav Havel há quase 45 anos”, afirma o fundador da Human Rights Foundation (HRF), Thor Halvorssen, citado no comunicado do grupo editorial português Bertrand Círculo, hoje divulgado.
Thor Halvorssen qualificou o trabalho de Tahir Hamut Izgil como “um testemunho extraordinário de bravura e criatividade”.
Tahir Hamut Izgil foi distinguido a par do artista iraniano de hip-hop Toomaj Salehi e da pianista e compositora venezuelana Gabriela Montero.
O prémio é entregue no próximo dia 04 de junho, durante o Fórum da Liberdade de Oslo, a decorrer na Konserthus da capital norueguesa.
Após a cerimónia, Gabriela Montero interpretará a sua mais recente composição, “Canaima: A Quintet for Piano and Strings”, acompanhada pelo quarteto de cordas Calidore.
Tahir Hamut Izgil, “um dos poetas modernistas mais notáveis de língua uigur”, segundo a editora portuguesa, nasceu em 1969, nos arredores da cidade de Kashgar, no sudoeste da Região Autónoma Uigur de Xinjiang, na China.
Frequentou a universidade em Pequim e trabalhou, a partir do final dos anos 1990, como realizador na região uigur. Atualmente, o poeta vive exilado nos Estados Unidos.
“À Espera de Ser Preso Durante a Noite” foi publicado em abril do ano passado, pela Temas e Debates do grupo Bertrand Círculo.
O livro conta a história, vivida na primeira pessoa, da repressão e violência do Governo chinês contra o povo uígur, minoria étnica do noroeste da China, e foi considerado um dos melhores livros do ano pelos jornais The New York Times e The Washington Post.
Também no ano passado venceu o Prémio John Leonard, atribuído anualmente pelo National Book Critics Circle (NBCC) à melhor estreia literária em qualquer género.
O Prémio Internacional Václav Havel de Dissidência Criativa foi criado em 2012 pela HRF. Desde então, reconheceu o trabalho de 26 artistas.
O prémio recebeu o nome do poeta, dramaturgo e antigo Presidente checo Václav Havel, nome decisisvo da chamada Revolução de Veludo, que depôs o governo leal a Moscovo da antiga Checoslováquia, em 1989, e abriu caminho à democracia, "desafiando de forma criativa o poder arbitrário e a injustiça no seu país", como se lê na biografia disponível no 'site' da fundação.
Václav Havel pertenceu ao conselho de direção da HRF, e o prémio foi criado com apoio da viúva do escritor, Dagmar Havlová.
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