“Hoje, a Europa não tem instrumentos financeiros para aquilo que são as ambições e, isso, levou a que a Europa se afastasse dos níveis de conhecimentos dos EUA”, disse o governante no encerramento da terceira edição do Fórum sobre Financiamento da European University Association subordinado ao tema “Universidades eficientes. Valor para a sociedade”, no Porto.
Por essa razão é necessário um esforço coletivo onde as universidades são atores importantes, mas não podem estar isoladas e tem de dialogar com a sociedade em geral, o poder local e regional e o governo, referiu.
Para Manuel Heitor, as instituições de ensino superior devem aliar-se aos parceiros sociais e económicos num debate europeu do reforço do conhecimento e da possibilidade de abrir a educação a todos.
“A Europa só tem um em cada três jovens de 20 anos no ensino superior, por isso, a Europa tem de se mobilizar para ter mais estudantes neste nível de ensino porque os níveis de formação em termos de doutoramentos e financiamento por investigador estão muito aquém de outras zonas industrializadas do mundo como os EUA”, salientou.
Um estudo do Observatório do Financiamento Público da Associação das Universidades Europeias, apresentado quinta-feira no fórum, revelou que em 2015 as universidades portuguesas receberam mais 4,8% em comparação com 2008, algo considerado insuficiente pelos reitores.
“O problema não é meramente português, mas sim uma questão europeia. Hoje, Portugal pode orgulhar-se de ter conseguido fazer algo único na Europa, ou seja, um acordo entre o governo e as instituições de ensino superior para criar um quadro de estabilidade e de previsibilidade para o crescimento do financiamento durante a legislatura”, ressalvou.
Manuel Heitor frisou que o governo alterou o trajeto que Portugal estava a levar a cabo nesta área e, este ano, deu às universidades a possibilidade de contratar, está a lançar um programa de estímulo ao emprego científico e passou de uma fase de contração para relativo alargamento ainda que baixo devido à contenção orçamental.
Outros dos desafios é alargar a base social de apoio ao ensino superior e reforçar o topo do sistema na formação doutoral, pós-doutoral e no emprego científico, sustentou.
Questionado sobre o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), o ministro frisou que será discutido no Parlamento não tarda, escusando adiantar pormenores.
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