"Estamos atrasados na concretização dos acordos que foram feitos de combate à precariedade, e a concretização coletiva, como sabem, está parada. É necessária, naturalmente, uma vontade política para avançarmos mais", declarou Catarina Martins aos jornalistas, na Rua da Palma, em Lisboa, no início da manifestação do 1.º de Maio da CGTP.

A coordenadora do BE acrescentou que "os sindicatos farão a sua parte, com certeza". No entanto, questionada sobre a possibilidade, não excluída pela CGTP, de vir a convocar uma greve geral, respondeu: "Eu não vou comentar aquilo que deve ser da CGTP. Isso é uma decisão que os partidos políticos não devem comentar".

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, divulgada no domingo, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, não excluiu a hipótese de avançar com uma greve geral, rejeitando que se mantenha o "bloqueio da negociação da contratação coletiva" e declarando que "todas as hipóteses estão em cima da mesa".

Catarina Martins, que tinha junto a si o candidato do BE à Câmara Municipal de Lisboa, Ricardo Robles, e a deputada Isabel Pires, sustentou que, "desde que o salário mínimo nacional aumentou, não tem parado de aumentar o emprego, e a economia está melhor", demonstrando que, "quando se defende quem trabalha, defende-se a economia".

Para o BE, "o problema é que a maior parte do emprego criado é emprego precário e com baixo salário", portanto, "é agora preciso fazer o que falta para combater a precariedade e para voltar a ter contratação coletiva".

Segundo Catarina Martins, "esse é o repto que é feito à maioria", que não pode ficar "à espera dos patrões para ter uma economia mais justa, isso não vai acontecer - essa era a estratégia da direita, e errou".

"Que na concertação social se façam contratos coletivos, e que no parlamento façamos leis que acabam com a precariedade e que incentivam a contratação coletiva", defendeu, prometendo que "o BE, pela sua parte, lutará como sempre" por estes objetivos.