Os números são avançados pelo jornal Público que cita dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). De acordo com o diário, o número de médicos que se aposentaram este ano ultrapassou as projeções do Governo que conforme as projeções 2019, apontava para que menos de 700 profissionais saíssem do ativo este ano.
Em 2022 as saídas de médicos já tinham ultrapassado aquele que era, até então, o pico da década (em 2014), segundo os novos dados este número é ainda mais alto.
De acordo com esta análise feita pelo Público às listas mensais de aposentados e reformados publicadas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) este ano, foram 822 os médicos a entrar a aposentarem-se. Em 2022, tinham sido 782. Ou seja, há um aumento de 5% face ao ano passado. Estes valores podem ter uma relativa margem de erro tendo em conta que alguns médicos continuam a trabalhar no SNS depois da reforma. Em 2022, eram 428 os médicos nessa situação, diz o jornal.
O diário sublinha ainda que de acordo com os números da CGA, só no último mês deste ano, 62 médicos entram na reforma. No entanto, foi o verão que trouxe mais saídas do SNS contando-se só em julho e agosto 176 médicos aposentados.
Em entrevista ao jornal, Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), revela que estes números não são uma surpresa e que estes médicos que agora se reformam são os que entraram em massa no SNS no final da década de 70 e início dos anos 80.
“Nós sabíamos que isto ia acontecer, infelizmente era previsível, tínhamos estudos que indicavam que o pico de aposentações iria acontecer por esta altura, mas não nos preparámos para isto”, lamenta o responsável.
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