A pouco mais de um ano das próximas presidenciais, que se deverão realizar em janeiro de 2026, são mais as dúvidas do que as certezas sobre quem figurará nos boletins de voto, mas há desde já uma novidade: o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, quer que os socialistas voltem a apoiar um candidato – o que não aconteceu em 2016 e 2021 – e o presidente do PSD, Luís Montenegro, manifestou preferência por alguém dos "quadros" do partido.

À direita, entre o leque de potenciais candidatos, o comentador e antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes foi uma das primeiras personalidades a anunciar publicamente que admitia avançar para Belém, em agosto de 2023, remetendo agora uma decisão para o próximo ano.

Apesar de se ter posicionado cedo, Marques Mendes não está sozinho: Pedro Santana Lopes admitiu o interesse numa candidatura caso as sondagens fossem favoráveis, o que não aconteceu, e afastou o cenário, enquanto o atual presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, não excluiu essa possibilidade, apenas repetindo que ainda não é o momento de a abordar.

A estes nomes, soma-se o do anterior líder do PSD, Rui Rio, que não excluiu categoricamente uma eventual candidatura, embora dizendo "99,99% não", a que acresce o nome frequentemente citado de Pedro Passos Coelho, que, já em dezembro, reiterou que quer continuar fora da política.

No PS, a situação não é muito distinta: após Pedro Nuno Santos ter anunciado, quando iniciou funções como secretário-geral, que o partido voltaria a apoiar um candidato presidencial, são também já vários os protocandidatos socialistas a perfilarem-se para a sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa.

Em 29 de outubro, em entrevista à TVI/CNN Portugal, o secretário-geral do PS nomeou alguns socialistas que no seu entender seriam "bons candidatos" presidenciais, como Mário Centeno, Augusto Santos Silva, Ana Gomes e António Vitorino, e juntou a esses o nome, então menos falado, do antigo líder do PS António José Seguro, afastado da atividade política na última década.

Na sequência destas declarações – que Pedro Nuno Santos viria depois a admitir terem sido "um erro" –, Seguro assumiu publicamente que estava a ponderar uma candidatura, juntando-se assim ao lote de personalidades que já manifestaram essa vontade.

Na esfera do PS, também o governador do Banco de Portugal Mário Centeno, que tem mandato até julho, e por lei pode ser renovado mais uma vez, não disse que não a uma futura candidatura presidencial, assim como o antigo comissário europeu António Vitorino e o anterior presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que prometem falar no próximo ano.

Fora do espectro partidário, tem sido o almirante Henrique Gouveia e Melo a estar no centro das atenções. Depois de ganhar protagonismo nacional como coordenador da equipa responsável pelo plano de vacinação nacional contra a covid-19, o almirante tem sido apontado pelas sondagens como o principal favorito na corrida a Belém.

Recentemente, Gouveia e Melo comunicou ao Conselho do Almirantado, segundo apurou a Lusa, que estava indisponível para continuar mais dois anos como chefe do Estado-Maior da Armada, ficando assim com o caminho livre para se candidatar à Presidência da República, uma ambição que, sem nunca ter assumido claramente, foi alimentando nas suas intervenções públicas.

Apesar de apartidária, a eventual candidatura de Gouveia e Melo foi apontada como positiva pelo presidente do Chega, André Ventura, que, não descartando vir a ser novamente candidato, afirmou que o seu partido poderá vir a apoiar o almirante ou Pedro Passos Coelho.

Entre os restantes partidos, o presidente da IL, Rui Rocha, tem considerado que a conversa sobre as presidenciais é extemporânea, enquanto o BE e o Livre já se manifestaram disponíveis para uma eventual candidatura comum à esquerda. Por sua vez, o PCP pretende ter "intervenção própria" e o secretário-geral do partido, Paulo Raimundo, não excluiu ser ele próprio o candidato do partido.