De acordo com a Agência Ecclesia, Manuel Barbosa, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), manifestou hoje a disponibilidade dos bispos católicos para a abertura dos arquivos diocesanos à Comissão Independente que estuda casos de abusos de menores.

"Há disponibilidade de todos, das dioceses, para ver o que existe nestas situações, perceber o que existe, para clarificar", frisou em conferência de imprensa, após a reunião mensal do Conselho Permanente da CEP, em Fátima.

Neste sentido, os bispos católicos vão definir em abril a metodologia de acesso aos arquivos diocesanos por parte da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja — mas é necessário precisar a forma como o acesso será feito, para “observar as normas em vigor a nível civil e canónico”, bem como respeitar a legislação sobre proteção de dados.

Manuel Barbosa referiu-se também à criação, no passado sábado, do grupo coordenador das 21 comissões diocesanas de proteção de menores e adultos vulneráveis, afirmando que “estas comissões têm como tarefas principais acompanhar as vítimas quanto a denúncias e encaminhá-las para as devidas instâncias”.

Já quanto à coordenação nacional, caber-lhe-á assessorar e coordenar o trabalho das comissões diocesanas e procurar elaborar procedimentos e manuais de métodos comuns para todas. Vai ainda colaborar, sempre que necessário, com a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja.

Esta Comissão Independente, criada pela Igreja no final de 2021 e presidida pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, está a fazer “um trabalho excelente”, esperando a Conferência Episcopal que ajude a clarificar “o mais possível todas estas situações [de abusos] na Igreja e nos seus organismos (…), para que se apure a verdade”, disse Manuel Barbosa.

“É importante que se faça o trabalho bem neste processo e que não se queimem etapas no sentido de apressar que se façam as coisas”, pelo que, se for necessário prolongar o período de funcionamento da Comissão Independente para além de dezembro de 2022, isso será feito.

Na reunião de hoje do Conselho Permanente, os bispos analisaram também os resultados das últimas legislativas, deixando um desejo de que e a governação e a ação legislativa tenham em conta as preocupações da Igreja em relação “aos grandes problemas da sociedade”, como “o respeito pela vida humana e a sua salvaguarda integral, as situações de pobreza e a coesão económica, as questões de justiça e de segurança, a desertificação do interior do país, a situação dos imigrantes e os problemas ambientais, numa linha da ecologia integral que o Papa Francisco tanto tem pregado”.

A aprovação de uma nota pastoral para celebrar a entrada em vigor da nova tradução do Missal Romano em português na Quinta-feira Santa, bem como a continuação da preparação da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal, a decorrer entre 24 e 27 de abril, estiveram também na ordem de trabalhos da reunião de hoje.

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