Luiz Fernando Godinho explicou numa entrevista publicada na quinta-feira no site de notícias da Organização das Nações Unidas que o Brasil “está longe dos principais conflitos, mas tem uma população diversificada de refugiados, com mais de 80 nacionalidades”, destacando o acolhimento de um grande número de pessoas provenientes da Venezuela.
“De acordo com números das autoridades federais, o Brasil estará hoje a abrigar cerca de cem mil dessas pessoas [refugiados venezuelanos]. Continuam a chegar, maioritariamente, pela fronteira norte do Brasil, por Roraima, e já se encontram em diversas partes do país, graças a um programa inovador de realojamento das pessoas no país”, declarou Godinho.
O porta-voz do ACNUR no Brasil mencionou também a “grande recetividade” por parte do povo brasileiro e as oportunidade que têm sido dadas a quem atravessa a fronteira à procura de melhores condições de vida.
“Os refugiados têm encontrado no país oportunidades de trabalho e uma recetividade muito grande por parte da sociedade civil. Consideramos que tem sido muito positiva a integração dessas pessoas no Brasil”, acrescentou.
Luiz Fernando Godinho destacou também os maiores desafios que esta população enfrenta: “Os refugiados que aqui chegam apresentam uma série de necessidades humanitárias. Precisam de alimentação, saúde, mas sem esquecer a questão da documentação e do registo dessas pessoas, para que elas possam ter acesso aos serviços básicos que os países que as acolhem oferecem”, frisou.
O porta-voz afirmou que “o mundo vive uma das crises humanitárias, especificamente de refugiados, maiores da sua história”, mas garantiu que está a ser feito um trabalho conjunto entre a sociedade civil, entidades governamentais e com agências da Organização das Nações Unidas.
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