"Foi um acordo para a Europa e que beneficia a todos, muito importante para Portugal e Espanha, que o defendiam há muito tempo, muito importante para a França, que introduziu o hidrogénio verde, que quer Portugal quer a Espanha já tinham dito que era uma prioridade", declarou o chefe de Estado aos jornalistas, em Dublin.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o projeto de novas interconexões de energia hoje anunciado "pode ser muito útil para a Europa, para o centro da Europa, para o norte da Europa, que precisam urgentemente, com a aproximação do inverno, de uma solução alternativa" ao gás fornecido pela Rússia.
O Presidente da República salientou que no diálogo entre os governos português, espanhol e francês "se ultrapassou o problema que havia em relação ao gás, utilizando o gasoduto também para o transporte de hidrogénio verde" – aquilo em que "a França estava sobretudo interessada".
No seu entender, "prevaleceu o bom senso, pois se era do interesse da Europa e, no fundo, era do interesse dos três, por haver divergências que não eram decisivas não havia razão para não haver acordo".
"Para Portugal e para a Espanha era igualmente importante o hidrogénio verde e o gás, mas o gás líquido agora particularmente urgente", referiu, concluindo: "Portanto, é uma boa notícia que vem do encontro dos três líderes políticos".
"Junta-se aquilo que pode ser positivo para três e sobretudo para a Europa como um todo", reforçou.
O acordo para interconexões de energia foi anunciado no fim de uma reunião entre o primeiro-ministro português, António Costa, o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.
Em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, António Costa disse que foi acordado "ultrapassar definitivamente o antigo projeto, o chamado MidCat, e desenvolver um novo projeto", designado "Corredor de Energia Verde".
O novo projeto "permitirá complementar as interconexões entre Portugal e Espanha, entre Celorico da Beira e Zamora, e também fazer uma ligação entre Espanha e o resto da Europa, ligando Barcelona e Marselha, por via marítima", detalhou o primeiro-ministro.
Haverá "um gasoduto vocacionado para o hidrogénio 'verde' ou outros gases renováveis e que, transitoriamente, pode ser utilizado para o transporte de gás natural até uma certa proporção" e "serão reforçadas também as interconexões elétricas", adiantou.
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