“Um dos desafios que a Declaração de Florianópolis coloca é a possibilidade de serem criados projetos piloto que comecem a dar corpo ao Air Center”, disse Gui Menezes, na 2.ª Reunião Ministerial e Diálogo de Alto Nível Indústria-Ciência-Governo sobre Interações Atlânticas, na qual foi formalizada a criação do Centro Internacional de Investigação do Atlântico (Air Center) nos Açores.
Segundo Gui Menezes, ao ‘Deep Ocean Observing System’, liderado por um dos investigadores que participou na elaboração do documento que serviu de base para a conceção do AIR Center, “poderão juntar-se outros projetos e infraestruturas que serão lançados nos próximos anos”, como o “European Multidisciplinary Seafloor and Water Column Observatory”, que integra o Roteiro de Infraestruturas de Investigação europeias.
Sobre o Air Center, o secretário regional salientou que, “desde o início, o Governo dos Açores esteve empenhado, com o Governo da República, nesta iniciativa em prol de um projeto de investigação científica, envolvendo inúmeros países em redor do Atlântico”.
“Para os Açores é uma honra e uma responsabilidade acolher a sede do AIR Center e sermos, em simultâneo, um dos elos das estruturas que estarão associadas a este centro”, declarou, garantindo que a região “está empenhada em proporcionar todas as condições” para a sua concretização.
O governante referiu ainda que os Açores se têm destacado pelo “conhecimento e investigação do mar profundo e do mar aberto”, reiterando “a necessidade de explorar os recursos do Atlântico de forma sustentável e de prever os impactos das alterações climáticas” nestes recursos.
Na segunda-feira, o ministro da Ciência, Manuel Heitor, disse que os países fundadores do Air Center formaram uma comissão instaladora e no sábado será assinado o protocolo para instalar um supercomputador em Portugal para processar dados.
Em declarações à agência Lusa a partir de Florianópolis, no Brasil, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior descreveu a iniciativa como uma "instituição orientada essencialmente para as interações atlânticas, com uma agenda inovadora naquilo que é a integração das tecnologias do espaço, oceânicas e para o clima integrando a ciência da computação e no que hoje se chama a ciência dos dados".
O protocolo vai ser assinado entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia, a Universidade do Texas e a Universidade do Minho para lançar as bases de computação avançada.
"Está marcada uma sessão para lançar o acordo com a Universidade do Texas em Austin para instalar um supercomputador em Portugal que ficará na Universidade do Minho e que será um dos centros de processamento de dados para o Air Center", relatou o governante.
"Com estes dois principais centros de computação, nos Estados Unidos e na Europa, vamos conseguir ter o acesso a formas de cálculo rápido para processar muita informação", especificou.
A ideia, acrescentou, é ter também em Portugal um núcleo para o processamento de dados ligado às questões atmosféricas que afetam os oceanos.
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