Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), Carlos Almeida, disse que “houve uma grande adesão à greve, com números a rondarem os 80%” e que provocou o encerramento de vários tribunais, como por exemplo o de Portimão, Coimbra e Almada, e ao adiamento de centenas de audiências.

Algumas sessões de julgamento, como foi o caso do processo em que é arguido o ´hacker' Rui Pinto´ (Football Leaks), que decorre no Campus de justiça de Lisboa, já tinham sido antecipadamente desmarcadas quando os juízes souberam da realização da greve.

Carlos Almeida prevê que a percentagem de oficiais que vão aderir aos outros dois dias de greve possa aumentar “dado que muitos deles que estão em teletrabalho, porque são pessoas de risco, foram surpreendentemente convocados para ir trabalhar presencialmente” .

“Alguns acabaram por ir trabalhar porque não sabiam se estavam abrangidospelo pré-aviso, mas nós estamos a responder às questões e prevemos que amanhã e depois os números possam ser mais altos”, afirmou o sindicalista.

O SOJ alega que o Governo não cumpre a lei que previa um novo estatuto profissional até fim de julho e que “encontrou sempre razões instrumentais para não cumprir com as suas obrigações legais”.

A paralisação tem o “apoio inequívoco” do Sindicato dos Funcionários Judiciais, que considera que os “oficiais de justiça têm todas as razões para protestar face ao comportamento/atitude do Ministério da Justiça”.

Atualmente há cerca de 7.200 oficiais de justiça nos tribunais.