Os trabalhos de reabilitação da pista começaram no final do mês de julho, estando a decorrer de segunda-feira a sábado, entre meia-noite e 06:00 “para minimizar o impacto nas operações aeroportuárias” ao longo dos 19 meses de obra, explicava, em maio, a ANA Aeroportos de Portugal, aquando da assinatura do contrato de empreitada com a Aciona.

A Lusa tentou junto da ANA obter mais pormenores sobre o progresso da empreitada, mas até ao momento sem sucesso.

Ouvido pela Lusa, Mário Gonçalves, do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP), explicou que aos trabalhadores a Groundforce - a principal empresa de 'handling' (assistência em escala ao transporte aéreo) - foi dada a possibilidade, sem qualquer pressão, de tirar um dia de férias ou, quem tivesse, utilizar descansos compensatórios.

“Quem não quiser, vai-se apresentar ao serviço”, indicou o sindicalista, acrescentando que, em alguns casos, como é o seu, os trabalhadores estão a aproveitar para formações em atraso.

"Em relação aos outros funcionários de outras áreas do aeroporto", continuou, "as informações que eu tenho é que tudo está fechado - restaurantes, cafés - tudo está fechado. Uns vão aproveitar o dia para fazer atividades lúdicas fora do aeroporto, e já combinadas com as empresas, e outros, como os do ‘free shop’, vão trabalhar, mas é para fazer reposições, limpar, fazer inventário”.

Segundo Mário Gonçalves, o próprio aeroporto “vai aproveitar para fazer uma limpeza mais profunda nas áreas técnicas”.

Com esta operação de reabilitação, que representa um investimento de 50 milhões de euros, a ANA vai “reforçar as condições operacionais do aeroporto, sendo esta a maior intervenção realizada na pista desta infraestrutura”.

A intervenção na pista e áreas adjacentes inclui a repavimentação completa da camada de desgaste da pista 17-35, intervenções de reforço estrutural da pista, ajustamento da geometria da faixa da pista (strip), e na linha de aproximação (sinalização luminosa) das pistas 17 e 35, bem como a substituição dos sistemas de luzes da pista por LED.

A obra prevê ainda renovação integral do sistema de drenagem da pista e a instalação de infraestruturas civis para a implementação de equipamentos de navegação (ILS categoria II) na pista 35, que vão permitir operações em baixa visibilidade.

Em maio, na sua intervenção, o presidente da ANA, Thierry Ligonnière, já tinha revelado que o aeroporto estaria encerrado no dia 10 de setembro.

“As únicas obras visíveis para os passageiros terão lugar no dia 10 de setembro. Alguns destes trabalhos terão de ser efetuados durante um período mais longo do que aquele que dispomos todas as noites. Esta situação leva-nos a propor o encerramento do aeroporto durante um dia completo, o único dia do ano em que não haverá aviões na pista no Porto”, explicou, à data, o responsável.

O presidente da ANA explicou que “esta data foi escolhida com base em probabilidades de condições meteorológicas favoráveis”.

“Cruzemos todos os dedos para que efetivamente as condições sejam favoráveis para que as obras possam ser feitas”, disse.

A pista, afirmou ainda Thierry Ligonnière, “está a precisar de uma renovação e de um reforço”.

“E aproveitamos este tratamento de rejuvenescimento para ajustar as características geométricas da pista (…) com vista a colocar a pista do Porto no mais alto nível de segurança”, desta forma contribuindo “para manter o aeroporto entre os melhores da Europa”, referiu ainda.