No local, fonte oficial da GNR disse à Lusa que “a fronteira está condicionada” pelos agricultores que se manifestam para reclamar melhores condições e mais apoios financeiros por parte do Governo.

À Lusa, o porta-voz do movimento espontâneo que organizou a marcha, que partiu do nó de acesso ao Itinerário Complementar (IC) 5 no Mogadouro pelas 12:30 e demorou cerca de 45 minutos a chegar à fronteira da Bemposta, referiu que estiveram presentes agricultores do Planalto Mirandês (Mogadouro, Miranda do Douro e Vimioso) e ainda do Douro Superior, nomeadamente Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.

“O balanço [do protesto] é muito positivo, conseguimos mostrar à sociedade civil e ao Governo o descontentamento no setor agrícola. Começamos com 15 tratores às 07:00 e ao longo da jornada o número chegou às 150 máquinas agrícolas e outros veículos”, disse Dário Mendes.

Os agricultores, segundo o agricultor Gilberto Pintado, exigem “o pagamento dos apoios do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) atempadamente, a abertura dos projetos de jovens agricultores, que estão parados desde março de 2022, o pagamento da apregoada ‘bazuca para agricultura’, no valor de dois milhões de euros anunciada há dois anos e que dinheiro nem vê-lo, e o gasóleo agrícola a 50 cêntimos”.

O protesto decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).

Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.

O movimento, que se apresenta como espontâneo e apartidário, garantiu que os agricultores portugueses estão preparados para “se defenderem do ataque permanente à sustentabilidade, à soberania alimentar e à vida rural”.