A ajuda, alimentos e medicamentos, deverá entrar a partir de três postos fronteiriços com a cidade colombiana de Cúcuta, segundo anunciou quinta-feira a deputada venezuelana exilada Gaby Arellano.

A capital do departamento do Norte de Santander e a cidade venezuelana de San Cristobal, no Estado de Tachira, partilham a travessia fronteiriça das Pontes internacionais de Simón Bolívar, Francisco de Paula Santander e Tienditas.

Uma parte da ajuda humanitária que os Estados Unidos querem fazer chegar aos venezuelanos encontra-se armazenada em Cúcuta, na fronteira da Colômbia com a Venezuela.

Juan Guaidó, opositor de Maduro e reconhecido por mais de 50 países como Presidente interino do país, prometeu introduzir essa ajuda humanitária na Venezuela neste dia, numa operação para a qual estão mobilizados milhares de cidadãos.

Mas se a ajuda humanitária parece garantida, a incógnita é saber como a fazer entrar na Venezuela, depois de o governo de Nicolas Maduro ter fechado as fronteiras à entrada de medicamentos e alimentos oriundos dos EUA.

Maduro afirmou mesmo que a ajuda oriunda dos EUA eram um engodo para abrir caminho a uma intervenção militar norte-americana, numa leitura política que teve a concordância diplomática do governo russo.

Na quarta-feira, as autoridades russas confirmaram o envio de um carregamento de medicamentos e de equipamento médico, de que 7,5 toneladas de medicamentos e material médico já chegaram à Venezuela, segundo anunciou quinta-feira à noite Nicolás Maduro.

Na quarta-feira, Guaidó deu indicações às Forças Armadas para deixarem entrar hoje as doações internacionais, dizendo que tinham três dias para “seguir as ordens do Presidente encarregado da República”.

Guaidó afirmou que a ajuda entrará “por ar, por mar e por terra”, sem especificar os pontos exatos da entrada dos alimentos e medicamentos.

Governo da Venezuela ordena encerramento parcial da fronteira com a Colômbia

O Governo da Venezuela anunciou que vai encerrar parcialmente a fronteira com a Colômbia perante "as ameaças" contra a sua soberania, a poucas horas da esperada entrada de ajuda humanitária internacional através da cidade de Cúcuta.

Numa publicação divulgada na rede social twitter, na sexta-feira (madrugada de hoje, em Lisboa), a vice-Presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que o Governo vai "fechar temporariamente" as pontes Simón Bolívar, Santander e Unión.

A medida surge depois do Presidente, Nicolás Maduro, ter encerrado a fronteira com o Brasil, onde, no mesmo dia, confrontos entre o exército e uma comunidade indígena deixaram pelo menos dois mortos.

A entrada de ajuda humanitária, especialmente os bens fornecidos pelos Estados Unidos, no território venezuelano tem sido um dos temas centrais nos últimos dias do braço-de-ferro entre o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, e Nicolás Maduro.

O Governo venezuelano tem insistido em negar a existência de uma crise humanitária no país, afirmação que contradiz os mais recentes dados das Nações Unidas, que estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.