“O nosso adversário é um indivíduo que foi número dois de José Sócrates e que se chama António Costa”, disse o ex-líder social-democrata na abertura do XVII Congresso do PSD/M, onde foi várias vezes aplaudido por cerca de 700 militantes que encheram o Centro de Congresso da Madeira, no Funchal.
Alberto João Jardim sublinhou que o primeiro-ministro “não é estadista”, mas apenas “um homem do aparelho” e um “partidocrata”.
“Até deu para subverter o resultado das eleições e ele chegar a primeiro-ministro com alianças com pessoas que tentaram derrubar e evitar a democracia em Portugal só para poder sobreviver no partido dele”, afirmou, referindo-se ao PCP e ao Bloco de Esquerda que apoiam o Governo socialista.
Alberto João Jardim mostrou-se confiante na vitória do PSD nas eleições regionais de 22 setembro e, desde logo, pediu ao novo governo regional que internacionalize o problema da autonomia.
“Se nós continuarmos a insistir na luta pela autonomia e eles [as instituições governativas nacionais] continuarem a nos cortar as pernas, nós legalmente, com base na Constituição, devemos internacionalizar o problema e recorrer aos competentes órgãos internacionais”, declarou.
O ex-líder social-democrata e ex-presidente do Governo Regional da Madeira manifestou-se, por outro lado, disponível para colaborar com o partido nos próximos meses, antes das eleições, e alertou para a necessidade de “apresentar ao voto do eleitorado madeirense os melhores que houver em cada sítio, em cada freguesia, em cada concelho”.
Considerou ainda que as duas referências do PSD nos próximos meses devem ser a “unidade” e a “qualidade”, advertindo que “as listas não devem ter anticorpos que destruam esta imagem”.
Numa intervenção que durou cerca de uma hora, Alberto João Jardim classificou o governo da geringonça (PS com apoio do PCP e do BE) de “mentira”, sobretudo quando é apresentada como uma forma de estabilidade social.
“Neste momento, vivemos em instabilidade social. Temos neste momento greves, paralisações, o povo a ser prejudicado mais ainda do que no tempo do genocídio social que houve com o malfadado Plano de Ajustamento Económico e Financeiro”, realçou, vincando que a sua política da geringonça assenta na “incompetência” e num “plano claro para destruir a classe média portuguesa”.
O discurso de Alberto João Jardim assentou, de modo geral, em quatro reflexões: a autonomia, a Madeira que o PSD construiu, os objetivos para o futuro e o partido.
No que toca à autonomia, defendeu que dela depende a “sobrevivência” dos madeirenses e que não pode ser entregue aos colonialistas, que é como classifica a aposição regional e o Governo central.
Do mesmo modo, disse que a Madeira é uma “obra de todos”, pelo que seria “suicídio” entregar a região à “mediocridade comprovada da esquerda”.
Jardim defendeu a revisão da Constituição com vista a “acabar com o Estado unitário” e a obter mais autonomia e, por outro lado, considerou que a região deve reforçar o seu posicionamento na União Europeia.
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