Num comunicado, Heiko Maas avisou que toda a ajuda adicional, “desde a imediata até ao apoio às reformas”, depende da formação de um Governo “legítimo e operativo”, bem como um programa de reformas “credível”.
“Ainda não há avanços na formação de um governo ou na implementação de reformas urgentes. Face ao agravamento dramático da situação económica isso é irresponsável. As pessoas já não conseguem alimentar as suas famílias”, denunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, que deixou um alerta.
“Com toda a ajuda internacional para a população do país, uma coisa é clara: a situação, que se está a deteriorar rapidamente, só pode ser resolvida por políticos responsáveis no Líbano, que agora devem agir rapidamente”, frisou, criticando o facto de, um ano depois da explosão, “a destruição permanece devastadora e o pano de fundo da catástrofe permanece obscuro”.
Maas recordou que, após a explosão, a Alemanha reagiu com rapidez e disponibilizou 24 milhões de euros em ajuda imediata, prestando também apoio nas operações de socorro e garantiu que, como segundo maior doador bilateral, não deixará os libaneses à sua sorte e que mantém o compromisso de prestar ajuda.
“Mas a situação no terreno, um ano depois, praticamente não melhorou para muitos dos afetados” pela explosão, insistiu.
O chefe da diplomacia alemã assegurou que, na conferência de doadores do Líbano, que decorre hoje e foi organizada pela França e pelas Nações Unida, a Alemanha garantirá novamente o apoio com medidas adicionais, que não especificou.
Paralelamente, considerou “correto e necessário” que a União Europeia (UE) tenha aprovado um pacote de sanções contra o Líbano para manter a pressão sobre a classe política do país.
As explosões de 04 de agosto de2020, que as autoridades libanesas têm atribuído a um incêndio num depósito no porto onde se encontravam armazenadas cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio, deixaram cerca de 300.000 pessoas desalojadas, mais de 200 mortos e de 6.500 feridos, além de mais de duas dezenas de desaparecidos.
Ainda sem terem sido apontados responsáveis pela catástrofe, fruto de uma justiça inoperante, associada à ideia generalizada entre a população de que os políticos libaneses são corruptos, a crise política então aberta está por resolver, face aos sucessivos desentendimentos entre os políticos, o que mergulhou ainda mais o país na então já existente grave crise económica
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