PSD, CDS e PPM assinam aquele que é o início da coligação de direita para as eleições legislativas de 2024.
Depois da assinatura do acordo, Miguel Guimarães em representação dos independentes, inicia os discursos. Começa por dizer, “não posso continuar calado perante o que está a acontecer no país. A [AD] tem todas as condições para poder governar Portugal. Para fazer mais e melhor. São quase nove anos em que os aspetos negativos suplantam claramente aquilo que foram os aspetos positivos”
Depois da economia e do estado da classe média, o antigo bastonário da ordem dos médicos foca-se no SNS e na sua situação atual, dizendo que "se o PS criou o SNS, agora está a destruí-lo".
Miguel Guimarães fez duras críticas ao funcionamento da saúde em Portugal - que classificou como "o calcanhar de Aquiles" da governação do PS, dizendo que se o SNS fosse uma empresa estaria falido, uma falência que atribuiu aos principais responsáveis, como o ministro Manuel Pizarro e o diretor-executivo do SNS.
O antigo bastonário questionou se, sendo o orçamento da saúde o maior de sempre, como diz o Governo socialista, e existindo mais profissionais de saúde, "o que é que está a falhar", respondendo que é "falta de competência para gerir corretamente" o SNS.
De seguida, Gonçalo da Câmara Pereira, Líder do Partido Popular Monárquico, lembra que as "políticas do PS estão a atrasar o nosso país". Faz um périplo pelo pela AD de 1079 e as vantagens para o país que dela resultaram. E da importância do PPM para essa aliança, concluindo que "o PPM quer defender velhos ideias ecológicos" e "nacionalistas".
Considerou que a AD “representa a única esperança de derrotar o PS e os seus aliados da geringonça” e lembrou que o partido também não tinha deputados quando foi convidado pelo fundador do PSD Francisco Sá Carneiro a integrar a AD original.
“No PPM sabemos bem o que significa derrotar a hegemonia da esquerda no nosso país”, afirmou, dizendo que foi assim em Portugal em 1979, nos Açores em 2020 e também nas últimas eleições autárquicas em Lisboa.
O líder dos monárquicos disse estar nesta coligação para defender os ideais ecológicos, os valores da família, "a mais velha instituição portuguesa", mas também pelos "ideais nacionalistas de um Portugal diverso" - salientando que Portugal "não tem uma só cor" - e por uma sociedade “livre, próspera e solidária”.
O Presidente do CDS, Nuno Melo, também alude à memória dos que fizeram a primeira AD e mudaram Portugal: Sá Carneiro, Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa e Gonçalo Ribeiro Telles. E diz que em comum com eles "temos a mesma determinação no combate ao socialista e no amor a Portugal”.
E continua, “as próximas eleições não serão umas eleições apenas. As eleições de 10 de março vão ser a primeira oportunidade de os portugueses responderem ao referendo se aceitam o estado a que Portugal chegou e se estão disponíveis para fazer alguma coisa para mudar”. Para depois de uma crítica ao trabalho do PS nos últimos anos, terminar dizendo que Pedro Nuno Santos “é o rosto personificado do desastre”.
Traz as migrações a debate, mas distancia-se do Chega referindo que a AD é a solução para o “absoluto descontrolo de fronteiras que se vive em Portugal porque não há mínimo de humanidade da integração”.
O presidente do CDS-PP afirmou hoje que a atual crise em Portugal não nasceu em Belém, mas em São Bento e tem como responsáveis o PS, o primeiro-ministro, António Costa, e o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos.
“A crise que temos não nasceu em Belém [residência oficial do Presidente da República], nasceu em São Bento [residência oficial do primeiro-ministro], é grave e tem como responsáveis o doutor António Costa e o secretário-geral o PS, Pedro Nuno Santos”, disse Nuno Melo, após a assinatura do acordo de coligação Aliança Democrática (AD) que integra PSD, CDS-PP e PPM.
Perante uma sala lotada, o centrista lembrou que o Governo PS lidera o país há oito anos, não há um, dois, três ou quatro, mas sim há oito, portanto, a culpa da atual crise não é do PSD, nem do CDS-PP, mas sim do PS.
Direcionando as críticas a Pedro Nuno Santos, Nuno Melo questionou: “Faz algum sentido que alguém que foi substituído por incompetência agora ascenda a primeiro-ministro?”.
Dizendo não haver tempo para experimentalismos, o presidente do CDS-PP apelou ao voto na Aliança Democrática por ser uma "aposta segura", ter sido criada para fazer crescer a economia, devolver eficácia ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dar esperança aos portugueses.
O acordo, assinado pelos presidentes do PSD, Luís Montenegro, do CDS-PP, Nuno Melo, e do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, aponta como prioridades da AD alcançar níveis elevados de crescimento, reforçar rendimentos e salvar e reabilitar o Estado Social do definhamento em curso.
Na sala, completamente lotada e com muitas pessoas de pé e à porta que não conseguiram entrar, destaque para a presença de alguns notáveis como, por exemplo, dos ex-ministros Leonor Beleza e José Pedro Aguiar-Branco e o presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira.
Dirigentes e antigos dirigentes do PSD como Hugo Soares, Paulo Rangel, Pedro Duarte ou Teresa Morais e do CDS-PP como Pedro Morais Soares, João Almeida ou Hélder Amara foram outras das presenças na Alfândega do Porto.
No texto, reitera-se que este acordo de coligação entre os três partidos incluirá as legislativas de 10 de março e as eleições europeias de 09 de junho, uma aliança “com o propósito de oferecer a Portugal a mudança política necessária e um Governo ambicioso, reformista, moderado estável e maioritário”.
O acordo de coligação prevê que o programa eleitoral da Aliança Democrática – que promete uma campanha “pela positiva” - tenha contributos dos três partidos e de personalidades independentes e, sobre lugares, refere apenas que as listas para as legislativas e europeias “serão baseadas na ponderação global dos resultados que os três partidos obtiveram” em anteriores sufrágios, cumprindo a lei da paridade e incluindo independentes.
*Com Lusa
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