O projeto foi avaliado em 4,5 mil milhões de dólares (cerca de 4,2 mil milhões de euros), de acordo com o comunicado divulgado pelo Mintrans.
O acordo de entendimento foi assinado no domingo, sendo a fase seguinte a criação de um grupo de trabalho presidido pelo titular da pasta dos Transportes, Ricardo Viegas d’Abreu, e composto por responsáveis da Direção Nacional para a Economia das Concessões, do Caminho de Ferro de Luanda, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, e do All-American Rail Group.
O comunicado do Mintrans salientou que “a interligação com a RDCongo vai possibilitar a exportação de petróleo, madeira e minerais para os países do Atlântico” e que o projeto está pensado para reforçar a segurança alimentar de Angola, apoiando a expansão agrícola das províncias angolanas do norte (Uíge, Kwanza-Norte, Bengo, Malanje e Zaire) em “sinergia com as plataformas logísticas do Soyo, Malanje, Luvo e Lombe”.
Citado no comunicado, Mustafa Ocalir, membro do Conselho de Administração da empresa norte-americana, salientou que este memorando é primeiro passo para apoiar o plano de expansão da rede ferroviária angolana, através do Corredor Norte: “pretendemos construir e integrar a ferrovia com plataformas logísticas e com um porto nesta região agrícola”.
O ministro dos Transportes angolano destacou que o Plano Diretor ferroviário “preconiza a extensão dos três corredores nacionais para as fronteiras com os países vizinhos, com o objetivo prioritário de potenciar as ligações aos respetivos portos do litoral, a facilitação do comércio transfronteiriço e a dinamização da economia real em Angola”, referiu na mesma nota.
Ricardo Viegas D’Abreu apontou também o potencial de desenvolvimento do Corredor Norte, que apesar de terminar em Malanje, pode estender-se para o norte e leste do país, as regiões mais populosas e “com características naturais propícias à implementação de atividades de agronegócio, comércio, indústria e turismo”.
O All-American Rail Group (AARG) é um consórcio ferroviário com sede em Houston, no Texas, composto por seis empresas ferroviárias e de infraestrutura norte-americanas.
Nos últimos cinco anos, o AARG e parceiros faturaram 19,7 mil milhões de dólares (cerca de 18,3 mil milhões de euros), tendo construído e assumido a gestão de três mil projetos ferroviários nos Estados Unidos.
O consórcio dispõe de financiamentos do Export-Import Bank, dos Estados Unidos, e deve abrir em breve um escritório de representação em Luanda.
Os EUA anunciaram recentemente que vão disponibilizar mil milhões de dólares (cerca de 929 milhões de euros) para apoiar o desenvolvimento do Corredor do Lobito, que liga Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia.
O tema foi um dos destaques do encontro, a 30 de novembro, entre o Presidente angolano, João Lourenço e o homólogo norte-americano, Joe Biden.
O investimento nesta infraestrutura ferroviária, que liga as regiões ricas em minério da Zâmbia e da RDCongo ao porto angolano do Lobito, é vista como uma resposta norte-americana e europeia à iniciativa chinesa “Uma faixa, Uma Rota”, também conhecida como Nova Rota da Seda e que visa melhorar as ligações internacionais da China.
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