"A Unidade de Cardiologia de Intervenção do Serviço de Cardiologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) é a primeira a introduzir em Portugal e no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a tecnologia pioneira QFR (Quantitative Flow Ratio), que permite realizar os procedimentos de cateterismo cardíaco com o apoio de algoritmos de inteligência artificial, reduzindo riscos para os pacientes e permitindo um salto tecnológico que coloca a instituição na vanguarda do futuro da Cardiologia de Intervenção e da investigação científica", foi referido em comunicado enviado às redações.

Segundo Pedro Farto e Abreu, coordenador da Unidade de Cardiologia de Intervenção do HFF, esta evolução que chega agora a Portugal transforma o cateterismo cardíaco, procedimento habitualmente utilizado em casos de problemas nas artérias coronárias, válvulas do coração ou músculo cardíaco, ou mesmo em enfartes, num exame menos invasivo, ao dispensar a utilização do tradicional fio-guia de pressão para obtenção das informações sobre a funcionalidade das lesões coronárias.

"O cateterismo coronário associado ao QFR (Quantitative Flow Ratio) permite uma estimativa direta do fluxo coronário quase instantâneo. Esta nova técnica elimina a invasividade dos métodos usuais FFR (Fractional Flow Reserve), IFR, que requerem a colocação de um fio-guia de pressão e a injeção de um produto intra-coronário", explica.

Ou seja, o algoritmo de inteligência artificial é o responsável pelos cálculos das lesões. "Este software permite a análise funcional dos estreitamentos das artérias coronárias graças às imagens adquiridas durante o cateterismo diagnóstico. Fora da sala, temos um dispositivo computorizado que permite não invasivamente esse estudo. Tudo aponta para termos os mesmos resultados que tínhamos com a técnica invasiva", justifica ainda.

"Pedro Farto e Abreu destaca como principal vantagem na utilização desta nova solução tecnológica um diagnóstico não invasivo preciso, menos testes desnecessários a aplicar ao doente e maior confiança na identificação de pacientes que precisam de tratamento. Há ainda ganhos económicos e de produtividade inerentes – pela realização de segundos procedimentos que deixarão de ser necessários para avaliar as lesões", pode ler-se no comunicado.

Agora, "a Unidade de Cardiologia de Intervenção está em fase de certificação e acreditação dos operadores – os seis médicos da unidade – a nível europeu. Os técnicos de cardiopneumologia da instituição também vão obter certificação, tendo um papel determinante nesta evolução tecnológica".