A notícia é avançada pela Bloomberg, que confirma que a empresa de tecnologia não irá participar no evento que decorre de 13 a 16 de novembro, em Lisboa.

Estava confirmada a presença no evento da divisão de serviços de software da empresa liderada por Jeff Bezos, que era um dos parceiros da Web Summit, e o seu vice-presidente, Vishal Sharma, era um dos oradores.

A Amazon junta-se assim à Meta, dona do Facebook e Instagram, e à Google, que também cancelaram a participação em reação às afirmações do CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, sobre o conflito entre Israel e o Hamas.

A Siemens e a Intel já tinham anunciado quinta-feira a mesma decisão.

Recorde-se que depois de ter rebentado o conflito na Faixa de Gaza, o fundador do evento, Paddy Cosgrave, fez um post, entretanto apagado, na rede social X (antigo Twitter), onde partilhou um gráfico que comparava o número de mortes de palestinianos e israelitas de 2008 a 2023, afirmando estar “chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com exceção em particular do governo da Irlanda”, país de onde é natural.

“Os crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando são cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são”, escreveu Cosgrave.

Após estes comentários, o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, anunciou o boicote à conferência. Depois, no site da Web Summit, Cosgrave pediu desculpas, explicando que condena "sem reservas o maléfico, repugnante e monstruoso ataque de 7 de outubro do Hamas. Apelo também à libertação incondicional de todos os reféns. Como pai, estou profundamente solidário com as famílias das vítimas deste ato terrível e lamento todas as vidas inocentes perdidas nesta e noutras guerras".

"Apoio inequivocamente o direito de Israel a existir e a defender-se. Apoio inequivocamente a solução de dois Estados. Compreendo que o que disse, o momento em que o disse e a forma como foi apresentado tenha causado profunda mágoa a muitas pessoas. A todos os que ficaram magoados com as minhas palavras, peço as minhas mais sinceras desculpas. O que é necessário nesta altura é compaixão, e eu não a transmiti. O meu objetivo é e sempre foi o de lutar pela paz. Em última análise, espero do fundo do coração que ela possa ser alcançada", explicou Cosgrave.