John Cheeks, residente em Washington DC, comprou um bilhete da lotaria Powerball a 6 de janeiro de 2023. O sorteio aconteceu no dia seguinte, mas não o viu em direto. Contudo, quando foi ao site, eram os seus números que estavam lá. E não havia dúvida, já que a sua chave incluía uma combinação de aniversários de família e outros números com significado pessoal, conta o The Guardian.

"Fiquei um pouco excitado, mas não gritei, não berrei. Apenas telefonei educadamente a um amigo. Tirei uma fotografia, como ele recomendou, e pronto. Fui dormir", explicou.

Contudo, aquilo que parecia um sonho viria a transformar-se num pesadelo. Quando Cheeks se dirigiu ao Office of Lottery and Gaming (OLG) para resgatar o seu prémio, foi informado de que tal não seria possível — e um funcionário no local disse-lhe mesmo para deitar fora o boletim, porque não iria receber prémio nenhum.

"O pedido de prémio do requerente foi recusado, porque o bilhete não foi validado como vencedor pelo sistema de jogo do OLG, tal como exigido pelos regulamentos do OLG", podia ler-se numa carta enviada posteriormente.

Mas John Cheeks decidiu guardar as provas que tinha e, de seguida, processar a Powerball. Já em tribunal, surgiu a justificação para o facto de aquela chave, afinal, não ser a vencedora da lotaria. Aparentemente, estariam a ser feitos testes de qualidade no site, pelo que foram publicados acidentalmente números de teste da Powerball, em vez de num ambiente de desenvolvimento que imitava a página oficial, mas que não era visível para o público.

Richard Evans, advogado do queixoso, diz que a justificação não mostra como fazer andar o processo. "Eles disseram que um dos seus contratantes cometeu um erro. Ainda não vi provas que sustentem isso. Mesmo que tenha sido cometido um erro, a questão é: o que é que se faz em relação a isso?", questionou.

Além disso, deixou um exemplo de uma outra situação em que foram publicados números por engano, em novembro do ano passado. Nesse caso, os vencedores temporários — as pessoas que tinham os números em questão — puderam ficar com os seus prémios, que variavam entre 4 e 200 dólares. Resta agora saber o que acontece com os 340 milhões.