“Eu, certamente, em Angola, terei a oportunidade de falar com protagonistas da situação política angolana”, disse Marcelo Rebelo de Sousa que, esta noite, viajará para aquele país para participar no funeral do antigo presidente José Eduardo dos Santos, previsto para domingo.

Falando aos jornalistas na inauguração da Feira do Livro do Porto, onde esteve mais de duas horas a percorrer os `stands´, o chefe de Estado disse tencionar “cumprimentar os protagonistas de um momento importante da democracia angolana pelo caráter pacífico que rodeou a realização das eleições”.

Marcelo Rebelo de Sousa recusou-se a comentar os resultados dessas eleições, por o processo estar ainda em curso.

“Há prazos até à formalização definitiva dos resultados, como acontece em Portugal, e nós tivemos em Portugal um caso de demorar dois meses até que essa formalização estivesse completa e, por isso, não faz sentido estar a comentar aquilo que não está completo”, reforçou.

Questionado sobre o programa das cerimónias fúnebres de José Eduardo dos Santos, o Presidente da República assumiu ainda não ter pormenores, esperando tê-los até ao final do dia de hoje ou no sábado.

“O que se sabe é que será no dia 28 [domingo] a começar de manhã, mas não tenho até agora [programa], certamente terei ainda hoje e depois, por maioria de razão, amanhã [sábado] quando chegar de madrugada a Luanda”, revelou.

A título de curiosidade, o chefe de Estado contou que, enquanto percorria o certame, encontrou uma editora angolana cujo responsável lhe confidenciou que “um amigo ou parente seu” estava na comissão organizadora das exéquias do antigo presidente angolano, mas também ele “não sabia como seria”.

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) venceu as eleições gerais de Angola com 51,07%, seguido da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) com 44,05% dos votos, divulgou a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, quando estavam escrutinadas 97,3% das mesas de voto.

Os resultados provisórios foram divulgados na quinta-feira pelo porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, numa altura em estavam escrutinadas 97,3% das mesas de voto, pelo que não deverá haver alterações substanciais, adiantou.