“Os municípios são, no âmbito das suas competências próprias, os responsáveis pela proteção civil ao nível municipal e o grande financiador dos corpos de bombeiros, a par com a administração central”, sublinhou em comunicado a ANMP, liderada por Luísa Salgueiro (PS), também presidente da Câmara de Matosinhos, no distrito do Porto.

Para a associação que representa as autarquias, o “investimento dos municípios nos bombeiros visa garantir a segurança e socorro da população”.

As declarações do presidente da AGIF, Tiago Oliveira, na comissão parlamentar de Agricultura e Pescas, na quinta-feira, em que disse que “há municípios a gastar meio milhão de euros, uma barbaridade de dinheiro, nos bombeiros, quando não gastam dinheiro a gerir a floresta”, geraram o descontentamento entre municípios, com a Comunidade Intermunicipal do Algarve a ter pedido hoje a sua demissão.

Numa nota de imprensa intitulada “Os municípios exigem respeito”, a ANMP lembrou que, no ano passado, perante uma comissão parlamentar, o presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) afirmou que não “queria ver os municípios” envolvidos na definição das zonas de perigosidade de incêndios rurais.

Repudiando as declarações do presidente da AGIF, a ANMP apontou que estas se somam a outras, como que os “bombeiros recebem em função da área ardida”.

“Quer os municípios quer os bombeiros são os principais interessados na redução dos incêndios rurais, na defesa da floresta e, sobretudo, na defesa das populações. São os autarcas e os bombeiros os primeiros a estarem presentes no terreno, na prevenção, no combate e na minimização de danos”, frisou.

A associação de municípios sublinhou também “o decisivo papel dos municípios na prevenção e na defesa da floresta contra incêndios e no suporte financeiro decisivo aos bombeiros”.

Também a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP/SNBP) acusaram hoje o presidente da agência para a gestão dos fogos de “estar a mais no sistema”, repudiando e considerando ofensivas as suas afirmações.

Tiago Oliveira foi ouvido na quinta-feira na comissão parlamentar de Agricultura e Pescas, a propósito do relatório de atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais de 2022.