Ma liderou Taiwan num período de laços mais amigáveis com Pequim, mas deixou o cargo após uma polémica sobre um acordo comercial com a China, o qual não conseguiu ser aprovado, em resultado dos maiores protestos registados na ilha desde os anos de 1990.

O ex-governante vai visitar Nanjing, Wuhan e Changsha, bem como outras cidades, avançou o diretor da Fundação Ma Ying-jeou, Hsiao Hsu-tsen, numa conferência de imprensa em Taipé, indicando que Ma não vai a Pequim.

A visita de Ma surge quando o Exército de Libertação Popular da China envia caças para Taiwan quase diariamente e num momento em que as comunicações oficiais entre os dois governos foram cortadas.

A China afirma que Taiwan faz parte do território do país, mas o atual governo de Taiwan insiste em defender a sua autonomia.

Ma, que é membro do Partido Nacionalista (Kuomingtang, na oposição), vai liderar uma delegação de académicos e estudantes, mas também de antigos responsáveis governamentais, de 27 de março a 07 de abril.

O gabinete da Presidente, Tsai Ing-wen, disse que Ma tinha informado sobre a iniciativa, e acrescentou esperar que “Ma, no papel de antigo chefe de Estado (…) possa mostrar o valor da democracia e da liberdade de Taiwan e a posição de igualdade e dignidade nos intercâmbios” entre os dois lados.

Durante o mandato de Ma, Taiwan e a China reforçaram os contactos. Ma negociou um pacto comercial com Pequim em 2010.

À medida que ambos os lados abriam, de forma recíproca, as fronteiras, cresceu a preocupação de que Taiwan estava a cair inevitavelmente na órbita de Pequim, o que culminou em protestos nacionais contra uma proposta de acordo comercial com a China em 2014.

Os protestos chegaram a mobilizar mais de 200 mil manifestantes e acabaram na ocupação, durante 24 dias, do parlamento de Taiwan por estudantes.

Ma reuniu-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, em Singapura em 2015. O encontro foi o primeiro entre líderes dos dois lados desde que Taiwan se separou da China continental em 1949 durante a guerra civil chinesa, mas foi considerado mais simbólico do que substantivo.

Em 2016, o Partido Democrático Progressivo ganhou as eleições nacionais e Pequim cortou o contacto com o Governo de Taiwan, pelo facto de Tsai se recusar a defender a ideia de uma só China.