Numa intervenção num jantar do Centro Português de Estudos – um grupo de profissionais portugueses sobretudo ligados ao setor da finança em Londres -, onde falou da oportunidade oferecida pelo Brexit para atrair investimento para Portugal, Costa falou na “rede absolutamente extraordinária” que representam os cinco milhões de portugueses e lusodescendentes pelo mundo.
“É não só uma rede de conhecimento dos mercados importante para as nossas exportações, como são prescritores de investimento em Portugal e muitos são empresários ou gestores de grandes empresas que podem tomar decisões que são relevantes para o país”, referiu o primeiro-ministro.
Todavia, também reconheceu que uma parte desta diáspora saiu de Portugal durante um período em que o ritmo ao qual foi formada uma “nova geração altamente qualificada” não foi acompanhado pelo desenvolvimento do tecido empresarial no sentido de absorver esses profissionais.
“O grande esforço, que é prioritário fazer nos próximos anos, é fazer o encontro entre a enorme disponibilidade de recursos humanos que o país hoje tem e a procura de recursos humanos que o tecido empresarial está a fazer”, acrescentou.
Costa saudou o investimento de muitas empresas estrangeiras em Portugal, incluindo britânicas, atraídas pela qualidade dos recursos humanos existentes em Portugal.
Aos que saíram do país, reiterou a abertura para o seu regresso a Portugal, mas avisou que poderão não encontrar as mesmas condições a nível profissional.
“É evidente que há uma enorme disparidade entre aquilo que é o nível remuneratório que é praticado em Portugal e o praticado noutros locais. Mas o nível de vida é também significativamente diferente em Portugal do que é, por exemplo, aqui em Londres”, comentou.
O evento foi o último do primeiro de dois dias de visita oficial a Londres, que começou terça-feira com um encontro em Downing Street com a homóloga britânica, Theresa May, seguido por um encontro com a comunidade portuguesa na residência do embaixador de Portugal no Reino Unido, Manuel Lobo Antunes.
Hoje, a agenda será dominada pela economia, começando com um pequeno almoço com potenciais investidores, seguido pela participação no fórum de negócios “Portugal/Reino Unido”, organizado pela AICEP e pela Portugal In, em parceria com a Bloomberg, à qual Costa vai dar uma entrevista.
Na parte da tarde está prevista uma reunião com o príncipe André, antigo representante especial para o Comércio e Investimento Internacional, e a intervenção numa conferência económica sobre negócios entre Portugal e a Índia.
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