O partido Chega, que realiza em Évora, no sábado e no domingo, a sua II Convenção Nacional, programou para sexta-feira, às 19:30, uma marcha na cidade alentejana, que acaba na Praça do Giraldo, com a concentração de apoiantes, revelou o partido.
Segundo o Chega, a iniciativa, cuja partida acontece nas Portas da Lagoa, tem como mote “contra a hipocrisia do racismo para esconder a corrupção”.
A 15 de agosto, André Ventura, o então líder demissionário e recandidato do Chega, entretanto reeleito presidente do partido, anunciou a realização em Évora da “maior marcha alguma vez vista em Portugal” contra o discurso “hipócrita” do antirracismo, o qual considera “esconder a corrupção”.
“Será o nosso grito contra o racismo e marca o arranque” da II Convenção Nacional do partido, disse também o deputado único do Chega.
Também na sexta-feira e igualmente na principal praça da cidade, mas sensivelmente a partir das 17:00, vai ter lugar a “concentração pela liberdade”, uma iniciativa promovida por um grupo de cidadãos local e convocada através da rede social Facebook, na página “Évora Cidade Livre”.
“Não é uma manifestação contra a marcha, nem uma manifestação conta o Chega. É uma concentração pela liberdade e pela dignidade da cidade e das pessoas”, disse hoje à agência Lusa um dos porta-vozes da iniciativa, Bento Anastácio.
Segundo o promotor, Évora “não é uma cidade racista, não é uma cidade xenófoba. É uma cidade que tem uma história de resistência ao fascismo, de promoção da cultura e das liberdades e dos direitos das pessoas” e que “gosta e receber gente de toda a parte do mundo, com respeito pela diferença e com ordem e com segurança”.
Por isso, o grupo de cidadãos, que não sabe ainda qual a adesão que a sua concentração vai ter e que promete estar “pacificamente” na Praça do Giraldo e cumprir as regras da Direção-Geral da Saúde, pretende “mostrar que acima de tudo está o respeito pela dignidade humana, pela diversidade cultural e pela cidade de Évora”.
Em comunicado, a Frente Unitária Antifascista manifestou o seu apoio a esta “concentração pela liberdade” e disse que irá participar na iniciativa, apelando “à mobilização de todos para participarem neste ato popular de repúdio ao ódio e à extrema direita”.
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