De acordo com o comunicado, "a Fundação EDP e o arquiteto Pedro Gadanho decidiram, por mútuo acordo, prolongar a colaboração do diretor do MAAT até ao dia de 30 de junho de 2019".
"Pedro Gadanho assegurará, assim, um período de transição durante o qual a Fundação EDP irá desenvolver os procedimentos necessários para a escolha do novo diretor do MAAT", acrescenta o mesmo comunicado.
Contactada pela agência Lusa, fonte da Fundação EDP disse que a entidade não irá fazer mais comentários, e anunciará em breve como será escolhido o novo diretor.
Pedro Gadanho foi contratado para diretor do MAAT por um período de três anos, iniciado em 2015, um ano antes da inauguração do museu, que celebra em outubro próximo dois anos de abertura ao público.
O arquiteto e designer disse hoje à agência Lusa que está "muito contente" com o trabalho que desenvolveu no MAAT, em Lisboa, porque se tornou "numa referência nacional e internacional".
Sobre se já tem outro projeto para depois da saída do MAAT, onde permanecerá ainda quase um ano, Pedro Gadanho disse: "Não tenho outro projeto em vista. Há sempre bons momentos para tomar novas decisões".
"Chegámos à conclusão de que junho do próximo ano seria uma boa altura para concluir o trabalho feito, e dar espaço para outro diretor entrar. Espero que seja alguém que venha manter o mesmo nível que aqui deixo. Acredito que sim, porque há muita gente com capacidade", comentou.
Pedro Gadanho disse que, até junho do próximo ano, quer dedicar-se "a concretizar uma belíssima programação" que já se encontra delineada, e foi aprovada pela administração da fundação.
O arquiteto disse estar muito satisfeito com o desafio que aceitou da Fundação EDP, em 2015, para abrir o novo museu: "Voltei a Portugal para isto, e saí de uma instituição muito importante", o MoMA - Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque, onde era curador do departamento de arquitetura e ‘design', desde janeiro de 2012.
Antes de entrar na direção do MAAT, Pedro Gadanho era curador do departamento de arquitetura e design do Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque, desde janeiro de 2012, tendo assumido o cargo em Belém em 01 de outubro de 2015.
Na altura do anúncio do nome do diretor, António Mexia, CEO da EDP tinha declarado: "O perfil e a experiência internacional de Pedro Gadanho são essenciais para a ambição que queremos para o MAAT, tornando-o um espaço marcante da cultura contemporânea em Portugal".
Nascido na Covilhã, em 1968, o diretor de programação do MAAT é licenciado em Arquitetura, pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), mestre em Arte e Arquitetura pelo Kent Institute of Art and Design do Reino Unido, e doutorou-se em Arquitetura e Mass Media pela FAUP, onde também foi docente.
Foi professor convidado em várias instituições europeias, incluindo a BIArch- Barcelona Institute of Architecture, na capital catalã, e a Ecole Spéciale d'Arquitecture (ESA), em Paris.
Foi ainda cofundador e diretor do Centre for Contemporary Urban Culture (CUC), tendo feito parte do conselho estratégico do pavilhão britânico da Bienal de Veneza de 2010 e da DAC/REALDANIA Urban Futures Think Thank em 2011, em Copenhaga.
Em Portugal, foi curador da representação portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza de 2004, da Exposição Nacional de Arquitetura "Habitar Portugal 06-08", para a Ordem dos Arquitectos, da Mostra "100 anos de Interiores", do Museu do Design e da Moda (MUDE), em Lisboa, e de uma intervenção no espaço público com performances de arquitetura para a Guimarães - Capital Europeia da Cultura 2012.
Pedro Gadanho foi ainda editor da revista BEYOND, Short Stories on the Contemporary, do blog ShrapnelContemporary e coautor de duas séries de televisão sobre arquitetura, entre 2000 e 2003.
Notícia atualizada às 19:59
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