“Existem muitas largadas de touros de norte a sul do país, mas não há nenhuma que tenha em plena arena das largadas de touro tertúlias móveis, que são autocarros desativados transformados em espaços de comes e bebes e de convívio ao longo do recinto da largada de touros”, explicou à agência Lusa o presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, no distrito de Lisboa, André Rijo.

No mesmo dia, a autarquia inaugura, na rotunda de acesso à autoestrada A10, em A-da-Barriga, um monumento alusivo às tertúlias tauromáquicas.

De autoria de Andreia Mateus e de Ana Lúcia Pinto, o monumento recria o ambiente das tertúlias, sendo composto por um pequeno autocarro transformado em tertúlia e por peças escultóricas, que simbolizam o touro e homens.

Apesar de remontarem à década de 70 do século XX, as tertúlias integram as largadas de touros que acontecem desde o século XVI em Arruda dos Vinhos, integradas nas festas da vila, em honra de Nossa Senhora da Salvação, que estão a decorrer desde o dia 06 e se prolongam até sábado.

"Estão a ganhar cada vez mais adeptos", sublinhou o autarca, realçando que isso contribui para o reforço deste traço identitário no concelho.

As largadas de touros nas ruas realizam-se este ano entre terça e quinta-feira e foram autorizadas pela DGPC, depois de ter recebido pedidos de defensores do património para alterar o local das largadas para preservar o chafariz pombalino, que data do século XVIII, posterior às largadas.

As obras do chafariz pombalino tinham sido suspensas, depois de uma queixa à DGPC.

Contudo, na decisão final enviada ao município, a DGPC concluiu que a intervenção foi feita de acordo com as atuais normas de conservação e restauro e apenas recomendou a adoção das medidas de proteção cautelares do chafariz aquando da realização das largadas, que o autarca afirmou que vão ser adotadas.

Localizado no centro da vila, o chafariz, classificado como Monumento de Interesse Público, foi reconstruído em 1789, depois do terramoto de 1755, e é contemporâneo das Invasões Francesas, sendo palco de muitos acontecimentos históricos, como o desbaste da sua coroa real, aquando da implantação da República, proclamada nos Paços do Concelho, em frente ao monumento.

A existência da pedra de armas de Portugal, o escudo de D. José, no coroamento do chafariz induz um alegado apoio régio nessas obras, face às preocupações da época com o abastecimento de água às populações.

Além das corridas e largadas de touro pelas ruas, o programa das festas contempla noites de fados, encontro de bandas filarmónicas, concertos, festival do folclore e o evento ‘há jazz no terreiro’.

Além da importância histórica, as festas fomentam o desenvolvimento económico do concelho.

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