Marcelo Rebelo de Sousa esteve a maior parte do tempo na varanda do palácio, onde conviveu e tirou fotografias com centenas de pessoas - "entre 600 e 700" nas suas contas - desde o meio-dia até perto das cinco da tarde, com dois intervalos para cerimónias de condecorações.
"Parece que agora é que tomámos conta da liberdade", comentou um homem, enquanto observava o chefe de Estado, descontraído, a posar continuamente para infindáveis fotos, praticamente sem segurança em seu redor.
"Isto era impossível há 40 anos", observou de seguida uma mulher.
As pessoas que queriam cumprimentar o Presidente da República aguardavam a sua vez, em fila, sem pressa, ordeiramente. Outras passeavam pelas salas contíguas à varanda, que hoje estiveram abertas ao público.
E outras entretinham-se a observar, como um homem, que exclamou: "Isto é muito giro de ver".
O Presidente da República saudava os mais jovens com apertos de mão vigorosos, sugeria fotos com "tudo a dizer banana" e dava indicações aos fotógrafos: "Tem de ser mais à distância".
A meio da tarde, perguntou as horas, preocupado com a receção ao Corpo Diplomático, marcada para as 17:30 no Palácio de Queluz: "Quatro e meia? Temos tempo".
Durante este convívio, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu vários elogios, e parece ter mudado a opinião de alguns cidadãos: "Agora convenceu-me, a postura dele. Não tenho andado muito convencida", afirmou baixinho uma mulher.
O chefe de Estado recebeu "muitos parabéns pelo seu mandato impecável", e ouviu palavras de apoio a "tudo o que fez", ou a "99,9%". Tirou fotos com portugueses que vieram "diretamente do Entroncamento para o conhecer pessoalmente", e também de países estrangeiros, como a Finlândia.
Quando alguém não tinha nenhuma forma de fotografar, Marcelo Rebelo de Sousa chamava um dos fotógrafos oficiais, que depois anotavam o e-mail ou a morada postal para o envio da foto: "Espere um bocadinho a ver se vem um fotógrafo".
Neste 43.º aniversário da Revolução dos Cravos, os jardins do Palácio de Belém e o Museu da Presidência da República estiveram abertos entre as 10:00 e as 18:00, com a última entrada às 17:00.
Quem visitou o palácio pôde entrar pela porta principal e subir a respetiva escadaria, até à Sala das Bicas, e passear também na Sala Dourada, na Sala Império e na Sala de Jantar, na varanda e nos jardins do Buxo e da Cascata.
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