Em declarações à Lusa, Paulo Areal salientou que nos últimos dois anos a lei permitiu a abertura de novos centros de inspeção automóvel e, desde então, a ANCIA “tem vindo a manifestar que há uma insuficiência de fiscalização e regulação por parte das autoridades competentes”.

Paulo Areal comentava o anúncio, na sexta-feira, da detenção pela PSP de 10 inspetores de dois centros de inspeção da área de Lisboa, indiciados por falsificação e falsidade informática.

“Com a abertura de novos centros não houve acompanhamento de recursos humanos para fiscalizar e esta atividade, além de ser regulada, precisa de ser periodicamente fiscalizada. Por isso, temos vindo a apelar a um maior envolvimento do regulador, das entidades fiscalizadoras e das entidades acreditadoras para que estes factos venham a ser evitados”, disse, salientando que a regulação cabe à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes e a competência de fiscalização ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

Segundo o responsável, a associação “tem vindo a trabalhar sobre este tema”, tendo criado uma comissão de ética e um código de conduta para ser subscrito por todos os operadores, com vista à credibilização dos centros em Portugal.

Na sexta-feira, a PSP anunciou a detenção, na quarta-feira anterior, de oito homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 25 e 45 anos, suspeitos de corrupção, falsificação e falsidade informática em dois centros de inspeção automóvel na área de Lisboa.

“No decorrer da investigação recolheu-se prova suficientemente indiciadora de que os agora detidos, inspetores de automóveis, recebiam quantias monetárias no exercício das suas funções para aprovarem viaturas que não apresentavam as condições necessárias para circularem na via pública”, avançou a PSP, revelando que os suspeitos utilizavam, inclusivamente, um ‘software’ para adulterar os resultados das inspeções.

Sem antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, os detidos foram presentes no Tribunal Judicial da Comarca Lisboa Norte – Núcleo de Loures, onde lhes foram aplicadas as medidas de coação de “suspensão de funções, proibição de contacto com inspetores dos centros de inspeção e proibição de frequentar os centros de inspeção”.

Em declarações à agência Lusa, fonte policial disse que "os detidos foram corrompidos por mais de duas centenas de pessoas, das quais, mais de cem já estão identificadas".

Em comunicado, a PSP referiu que a operação policial foi desenvolvida pela Divisão Policial de Loures, acompanhada e apoiada pela Autoridade Judiciária titular do inquérito e por uma equipa de fiscalização do Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

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