“Houve músculo. Houve medidas musculadas, que são medidas de emergência, mas com músculo financeiro. Aqui, não houve. Não houve em Pedrógão”, disse à agência Lusa a presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG), Nádia Piazza.
Para a responsável da associação, as mesmas medidas de apoio financeiro hoje anunciadas em Conselho de Ministros deveriam “ter acontecido” aquando do incêndio de Pedrógão Grande, fogo que resultou na morte de 64 pessoas.
Na região afetada pelo incêndio de junho, houve apenas “fundos de solidariedade” geridos “com pouca transparência”.
“Esse músculo deveria ter aparecido” aquando da tragédia de Pedrógão, frisou.
Nádia Piazza, que falava à Lusa antes da cerimónia de homenagem às vítimas na estrada nacional 236-1, recordou que as tragédias aconteceram “por motivos conjunturais”.
No entanto, vincou, é preciso não se tirar o foco “da origem do problema, que é estrutural”.
“Se desviarmos o foco do que é estrutural – a floresta, a demografia, a economia no interior – daqui a três ou quatro anos vamos estar a discutir o problema de novo”, notou Nádia Piazza.
O Governo anunciou hoje a disponibilização de uma verba total “entre 300 e 400 milhões de euros” para a recuperação das habitações e infraestruturas de empresas e autarquias, o apoio ao emprego e ao setor agrícola e florestal, nos municípios afetados pelos incêndios de domingo.
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