No encerramento das jornadas parlamentares dos centristas, no Porto, Assunção Cristas justificou a proposta, anunciada minutos antes por Adolfo Mesquita Nunes, coordenador do grupo de trabalho para o programa eleitoral, de reduzir o tempo de espera para as primeiras consultas de especialidade, recorrendo ao setor social e privado.
É uma “proposta sensata”, descreveu Cristas perante os deputados do partido, recordando depois que há “seis milhões de portugueses” que dependem apenas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e são, para o CDS, a “prioridade de topo”
“Para nós, tem que ser prioridade de topo garantir que [essas pessoas] tenham um mínimo de possibilidades, um mínimo de alternativas” que outros têm por poderem ter mais condições económicas.
Para Assunção Cristas, o objetivo “é tratar as pessoas com humanidade, com os direitos que têm” e só faz sentido o país usar todas as suas “ferramentas” e meios se for para as “pôr ao serviço destas pessoas”, mais desfavorecidas.
“Tudo o resto são discussões espúrias. Quando estamos a falar da saúde e da vida das pessoas, tudo o resto são questões menores”, afirmou a líder dos centristas, incluindo, implicitamente, nesta última categoria, a discussão, em curso, no parlamento, sobre a lei de bases da saúde e a polémica, entre a esquerda, em torno das Parcerias Publico-Privadas (PPP).
O importante para os portugueses, sublinhou, é “tratar do seu problema, que seja marcada a sua consulta”.
A proposta eleitoral, hoje antecipada, a quatro meses das legislativas, e outras que o partido promete apresentar nos próximos tempos, “mostra que, para o CDS, as pessoas estão, sim, em primeiro, em todas as dimensões da sua vida.
“E é aqui que nos queremos focar”, insistiu Assunção Cristas.
Assunção Cristas assumiu o distanciamento do partido do processo de debate em torno da lei de bases da saúde, que, nesta fase final da legislatura, “está a ter um caminho completamente sectário”.
Nas últimas jornadas de quatro anos de legislatura, resultado das legislativas de 2015, a líder do fez um balanço positivo e um elogio ao líder da bancada, Nuno Magalhães, que vai deixar de o ser.
“Fomos oposição presente e acutilante. Fomos muitas vezes a única oposição”, afirmou, uma indireta ao PSD, ex-parceiro de Governo do CDS.
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