Segundo as autoridades locais, alguns pacientes assustados devido ao tiroteio entraram em quartos de quarentena, na área do leste país considerada o epicentro do atual surto do Ébola no país.
Este ataque ocorre menos de uma semana depois do centro de tratamento ser reaberto, após um ataque no mês passado, que forçou os Médicos Sem Fronteiras a suspenderem as operações na cidade.
Segundo as Nações Unidas, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, (OMS), Tedros Ghebreyesus, visitou este sábado o centro de tratamento de pacientes com ébola após o ataque e agradeceu “a dedicação do pessoal dessas instalações de saúde”.
No fim de semana passado, o Ministério da Saúde da RDCongo anunciou a reabertura de um dos centros de tratamento do Ébola abandonado no final do mês passado depois de ter sido alvo de um ataque.
O Ministério da Saúde da RDCongo acrescentou que 12 dos pacientes que tinham sido transferidos para uma unidade provisória em Katwa, também em Kivu do Norte, já foram transferidos de volta para Butembo.
Os centros de tratamento de Butembo e de Katwa estavam a ser geridos pela organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras, quando a ONG referiu que iria suspender a sua atividade na região.
A decisão surgiu depois de dois ataques – nos dias 24 e 27 de fevereiro – a centros de tratamento naquelas cidades congolesas, com a organização a referir que não tinha escolha.
“Enquanto médicos, é muito doloroso ter de abandonar os pacientes, as suas famílias e outros membros da comunidade num momento tão crítico da resposta ao Ébola”, referiu então o diretor da equipa de emergência dos MSF, Hugues Robert.
Os dois ataques tiveram contornos semelhantes, tendo ambos sido perpetrados por vários atacantes não-identificados que queimaram tendas e outros equipamentos nas instalações geridas pelos Médicos Sem Fronteiras.
A atual epidemia de Ébola é já considerada pelo Governo congolês como a maior da história do país em número de mortos e contágios.
No boletim divulgado no domingo passado pelo Ministério da Saúde do país, as autoridades confirmaram o registo de 829 casos de contágio e a morte de 496 pessoas devido ao vírus da febre hemorrágica.
Para combater a propagação do vírus, as autoridades iniciaram uma campanha de vacinação, que desde 8 de agosto de 2018 já foi administrada a mais de 85.200 pessoas.
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